Como será a observação nacional das eleições na Venezuela
Brasil de Fato
Para as eleições presidenciais do próximo domingo (28), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) credenciou como observadores nacionais a Rede de Observação Eleitoral Assembleia de Educação (ROAE), a Fundação Projeto Social, a Associação Venezuelana de Juristas e o Centro Internacional de Estudos Superiores.
Esses serão os olhos dos especialistas nacionais que irão monitorar o respeito às regras eleitorais durante o dia de votação, que se estenderá das 6h às 18h (das 7 às 19h, horário de Brasília) ou até que haja eleitores na fila para votar.
“Enviaremos 600 observadores autorizados pelo CNE – pedimos um pouco mais, mas não foi possível – eles estarão em todos os estados. Estamos terminando de receber e distribuir as credenciais, além de treinar os observadores sobre como se comportar durante as eleições, o que observar e como enviar as informações por meio de um sistema que teremos via internet. Na sexta-feira, estaremos na instalação das seções eleitorais”, disse o coordenador geral da ROAE, José Domingo Mujica.
Em entrevista ao site Efecto Cocuyo, Mujica explicou que os observadores que permanecerão nos centros de votação no próximo domingo vão fazer seis informes ao longo do dia, a partir de um guia, sobre aspectos como:
Se as mesas foram constituídas com os membros da mesa sorteados; horário de início da votação; horário de fechamento das seções eleitorais (se houve obstáculos para fechar a seção eleitoral ou deixá-la aberta, dependendo se havia ou não eleitores na fila); verificação e escrutínio do cidadão (se os resultados do registro da máquina correspondem às cédulas de votação).
Comparecimento dos eleitores
Além de ter acesso aos centros de votação com a credencial, eles também vão poder estar em áreas como o centro de apuração do CNE para fazer comparações com os resultados eleitorais por seção eleitoral.
Mujica indicou que, no mesmo dia das eleições, eles fornecerão um relatório preliminar com os incidentes do dia e, 24 horas depois, apresentarão o documento final.
“Processaremos as informações no mesmo dia, tomando cuidado para não entrar em conflito com o CNE, que exige que não publiquemos os dados antes deles”, disse ele.
Em vez disso, disse ele, a ROAE realizou reuniões com o Centro Carter e o Painel de Especialistas das Nações Unidas, credenciados pelo Poder Eleitoral para o monitoramento internacional das eleições presidenciais.
Chegada das urnas
O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Elvis Amoroso, afirmou no domingo (21) que as autoridades do órgão eleitoral “distribuíram 100% das máquinas para as eleições presidenciais”, em todo o território nacional.
O correspondente do Brasil de Fato em Caracas, Lorenzo Santiago, disse que os eleitores venezuelanos confiam mais no sistema de votação do que observadores internacionais, porque “já estão habituados com o processo, sabem que as máquinas foram auditadas e passaram por um processo de verificação de mais de dois meses”.
“É um sistema consolidado, que tem mais ou menos a idade das urnas eletrônicas brasileiras e conta com a confiança do eleitor. Falamos também com observadores que afirmaram que todas as suas sugestões e recomendações foram acatadas e discutidas pelas autoridades eleitorais venezuelanas.”
*Com Efecto Cocuyo