Morre aos 88 anos o xilogravurista, poeta e cordelista J. Borges
Brasil de Fato
Morreu na manhã desta sexta-feira (26) o xilogravurista, poeta e cordelista J. Borges, aos 88 anos, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Seu corpo deve ser velado no Centro de Artesanato. Horário e data ainda não foram divulgados.
De acordo com os familiares, Borges foi internado há duas semanas devido a problemas no pulmão e coração. De alta e em casa, faleceu por volta das 6h da manhã.
Conhecido nacionalmente por sua arte, principalmente pelas produções em xilografia, José Francisco Borges só se tornou escritor aos 60 anos. Antes, trabalhou como carpinteiro e pedreiro. Na escola, estudou por apenas um ano.
Depois que entrou no mundo da arte, no entanto, não saiu mais. Suas obras se tornaram tão grandiosas que, em 1999, foi nomeado Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco. Também recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Brasil e teve a oportunidade de ilustrar obras de José Saramago, Eduardo Galeano e dos Irmãos Grimm.
Nas redes sociais, o Clube Náutico Capibaribe, do Recife, prestou uma homenagem ao artista. “A cultura pernambucana perdeu hoje o pintor, cordelista, poeta, xilogravurista e alvirrubro J. Borges. Reconhecido internacionalmente por sua obra, J. Borges foi o homenageado deste ano no Timbu Coroado, um gesto simples diante de sua grandeza para o nosso Estado. Deixamos aqui nossa solidariedade à família e nossos sentimentos”, informou o clube em seu perfil no X, antigo Twitter.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou sobre o falecimento de J. Borges. “Nos despedimos hoje de José Francisco Borges, o J. Borges, um dos maiores xilogravuristas do país. Autodidata, começou a trabalhar muito cedo no agreste pernambucano. Fiquei muito feliz de poder levar sua arte até o Papa. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores deste grande artista do nosso país”, escreveu Lula.
O deputado federal pernambucano Túlio Gadêlha (Rede) afirmou que Borges “fez a arte da xilogravura pernambucana de Bezerros correr o mundo”, e prestou “sentimentos à família, aos amigos e aos artesãos da nossa terra. Obrigado, mestre”, escreveu.
O senador também pernambucano Humberto Costa (PT) também se solidarizou com os familiares do artista. “Pernambuco se despede hoje de um dos maiores ícones da nossa cultura popular. J. Borges era xilogravurista, poeta e cordelista e soube como ninguém retratar nas telas e nos versos a vida do homem sertanejo. A sua arte espalhou-se pelo mundo. Todo amor para familiares e amigos”, disse.