EUA: 2ª dia da Convenção Democrata é marcado por discurso de Obama, ataques a Trump e poucas propostas
Brasil de Fato
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama empolgou o segundo dia da Convenção Nacional Democrata na terça-feira (20) em Chicago com um apelo pela eleição de Kamala Harris e por união nos Estados Unidos.
“Estados Unidos estão prontos para um novo capítulo”, disse, entre muitos aplausos no ginásio United Center. “Estamos preparados para a presidente Kamala Harris. E Kamala Harris está pronta para o trabalho”, acrescentou. “Sim, ela pode!”, afirmou Obama, ao renovar e adaptar o slogan de sua campanha à presidência dos Estados Unidos em 2008.
O ex-presidente encerrou a segunda noite da Convenção Nacional Democrata, antecedido por sua esposa Michelle Obama, que fez um discurso ancorado entre a esperança e a ação.
“Em novembro, temos o poder de aliar nossa esperança com a ação. Estados Unidos, a esperança está de volta”, disse Michelle, que foi muito aplaudida por milhares de pessoas. “Algo maravilhosamente mágico está no ar (…) é o poder contagioso da esperança”, acrescentou.
Michelle também usou o seu tempo para atacar Trump e pediu aos democratas que trabalhem diante da dura batalha. Algumas horas antes, ao ritmo de rap, rock, pop e até reggaeton, os quase 5 mil delegados democratas nomearam oficialmente Kamala Harris para assumir a candidatura à Casa Branca.
O ex-presidente defendeu a unidade de um país polarizado, que terá uma disputa acirrada entre Kamala Harris, de 59 anos, e o republicano Donald Trump, de 78 anos. “Acredito que o que desejamos é voltar a um país no qual possamos trabalhar juntos”. “Donald Trump quer nos fazer acreditar que este país está irremediavelmente dividido entre nós e eles (…) É um dos truques mais antigos na política”, comentou. “Já vimos este filme e sabemos que as sequências geralmente são piores”.
Obama dedicou parte de seu discurso para homenagear Joe Biden, que foi seu vice e que desistiu da reeleição depois de ser muito criticado por sua idade avançada. “Mas o bastão trocou de mãos. Agora é hora de lutar pelo país em que acreditamos”, comentou o Obama. “E não se enganem, vai ser uma batalha”.
Estado por estado, com hinos da música estadunidense como California Love, de Tupac Shakur, ou Born in the USA, de Bruce Springsteen, os delegados, acompanhados por figuras como a atriz Eva Longoria, o cineasta Spike Lee e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, selaram o futuro de Kamala, que se prepara para viver os meses mais intensos de sua carreira.
“Nos nomearam, ao treinador [Tim] Walz e a mim, para sermos os próximos vice-presidente e presidente dos Estados Unidos”, disse Kamala, que participou do evento via transmissão televisiva de Milwaukee, cidade vizinha a Chicago, onde esteve na terça-feira para participar de um ato de campanha.
“Estamos tão honrados de ser seus indicados”, acrescentou. “Esta é uma campanha do povo e, juntos, vamos abrir um novo caminho adiante. A todos, em Chicago e nos Estados Unidos: Obrigada.”
O evento de Kamala foi realizado na mesma arena em que, no mês passado, seu rival, Donald Trump, foi oficializado pela Convenção Nacional Republicana. A vice-presidente, que revitalizou a campanha democrata, lotou a arena com capacidade para 18 mil pessoas em uma demonstração de força que segue de perto os passos de Trump.
*Com AFP