Marçal usou processo de outra pessoa com mesmo nome para associar Boulos ao uso de cocaína, diz jornal
Brasil de Fato
A campanha do influenciador Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, utilizou um homônimo de seu adversário, Guilherme Boulos (Psol), para dizer que o psolista seria usuário de cocaína, sem apresentar provas.
Segundo apuração do jornal Folha de S. Paulo, a equipe do coach listou uma série de processos a partir de uma busca nos sistemas de Justiça utilizando os termos “Guilherme” e “Boulos”, sem especificar o CPF.
Nesse rastreio, apareceram processos contra o candidato do Psol em ações de reintegração de posse, dada a sua atuação frente ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), mas também outros processos que envolvem pessoas com o mesmo nome, mas sem qualquer relação com o candidato do Psol.
Um desses processos aponta Guilherme Bardauil Boulos, que aparece como réu por consumo pessoal de drogas, em 2001. Cinco anos depois, o processo foi extinto. Coincidentemente, hoje Bardauil concorre a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo Solidariedade.
Ao jornal, Bardauil afirmou que foi processado pelo uso de maconha, e não cocaína. “Houve esse incidente quando eu tinha 21 anos e foi um ato imprudente que ocorreu na minha juventude na época de faculdade. Mas isso é coisa do passado, que aconteceu há 23 anos”, disse.
“Hoje eu tenho uma família, dois filhos, uma empresa de transporte executivo de que me orgulho muito e sou candidato a vereador pelo Solidariedade para contribuir com uma São Paulo melhor para os cidadãos”.
Apesar disso, Marçal segue afirmando que Guilherme Boulos, o candidato à Prefeitura pelo Psol, é usuário de drogas. Ele chegou a dizer que teria um prontuário de internação, mas até o momento não apresentou nenhuma prova. Boulos também nega as acusações. A Folha de São Paulo buscou o candidato Pablo Marçal, que ainda não se posicionou sobre o assunto.
Após a divulgação da notícia, Guilherme Boulos se pronunciou sobre nas redes sociais. “Ele não é bobo, ele sabia que são pessoas diferentes, não foi enganado. Tanto é que eu o desafiei no Roda Viva a mostrar as provas, o que ele dizia que tinha (…) e ele disse que mostraria no debate da Globo. Por quê? Porque o debate da Globo é o último, a dois dias da eleição. Então ele mentiria no ar, geraria a confusão, e não daria tempo das pessoas desmentirem”, disse o candidato, em vídeo.