Anatomia de uma queda: PSDB pode ter pior resultado de sua história e não eleger prefeitos em capitais
Brasil de Fato
A 25 dias da votação do primeiro turno das eleições de 2024, as pesquisas divulgadas até a segunda-feira (9) sobre a corrida eleitoral pela prefeitura das 26 capitais mostram que o PSDB deve ter o pior resultado de sua história nessas cidades.
Até o momento, os tucanos não têm candidatos liderando as capitais, e só teriam chances de segundo turno em Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS). Os florianopolitanos parecem decididos a reeleger o atual prefeito, Topázio Neto (PSD), que aparece isolado em primeiro, seguido por Dário (PSDB) e Marquito (Psol), empatados tecnicamente em segundo lugar.
Em Campo Grande, Beto Pereira (PSDB) está em terceiro, correndo para se aproximar de Adriane Lopes (Patriota). Os dois tentam ir ao segundo turno para enfrentar Rose Modesto (UB), que lidera a corrida eleitoral pela prefeitura local com vantagens de até 20%, de acordo com as pesquisas.
Esse pode ser o pior resultado da história do PSDB. Desde que o partido foi fundado, em 1988, os tucanos sempre conseguiram governar ao menos uma capital. No ano de sua fundação, Pimenta da Veiga (PSDB) venceu a corrida eleitoral para governar Belo Horizonte (MG). Foi o único êxito tucano naquele ano nas capitais brasileiras.
Desde então, o que se viu foi uma ascensão do partido, que elegeu pelo menos quatro prefeitos nas capitais em todas as eleições seguintes. O ápice do desempenho tucano foi em 2016, apenas oito anos atrás, quando a legenda paulista conseguiu vencer em sete capitais. Confira os números:
1988: 1
1992: 6
1996: 4
2000: 4
2004: 5
2008: 4
2012: 4
2016: 7
2020: 4
Crise paulistana
Em São Paulo, berço do PSDB, os tucanos ganharam três das últimas cinco eleições pela prefeitura da capital paulista. Neste ano, a aposta do partido foi no apresentador José Luiz Datena, que patina nas pesquisas e chega a aparecer em quinto lugar.
No último levantamento do Datafolha, divulgado no dia 5 de setembro, José Luiz Datena soma apenas 7% das intenções de voto e está atrás de Tabata Amaral (PSB), que aparece com 9%. Os dois estão empatados na margem de erro.
Para além do desempenho do partido na eleição majoritária, o PSDB vive uma crise na Câmara Municipal. Os nove vereadores do partido se desfiliaram e estão disputando a corrida eleitoral por outras legendas, após a direção da legenda em São Paulo decidir pela candidatura de Datena, rejeitando uma aliança com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.
Sem os nove vereadores, o partido vive uma carência de quadros e vai às urnas com candidatos que não são conhecidos do eleitor. O nome que mais chama a atenção é o ex-vereador Mario Covas Neto, que hoje preside a Federação PSDB-Cidadania na capital paulista.