Ministro do Trabalho critica BC por usar alta do emprego para justificar aumento da Selic
Brasil de Fato
O ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena, criticou o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) por elevar a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic. Ao tomar a decisão, o comitê alegou que a queda do desemprego no Brasil tende a elevar preços no país e causar inflação. Segundo Macena, o Copom parte de premissas equivocadas ao ver efeitos negativos na melhora do mercado de trabalho.
“Achamos que setores têm influência sobre o Banco Central e que não olham o processo que nós estamos desenvolvendo no país. É sempre um olhar no mercado futuro, não sobre o que está acontecendo”, criticou.
Na sexta-feira (27), o MTE divulgou em entrevista coletiva que o Brasil gerou 232,5 mil postos de trabalho com carteira assinada em agosto. Dias antes, o Copom elevou a Selic de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano, temendo aumento da inflação.
Macena abriu a entrevista coletiva dizendo que traria boas notícias apesar do BC. Disse que estava preocupado com as análises feitas pela autoridade monetária.
“Ficamos atentos e também preocupados com o movimento que é feito pelo BC e por alguns analistas de mercado, que ficam apontando o emprego e o aumento da renda como um fator que pressiona o consumo e pressiona a inflação”, disse ele.
Segundo Macena, há agentes do mercado que, na verdade, combatem o aumento da massa salarial e o aumento do consumo por parte dos trabalhadores. “A preocupação deles não é com o Brasil”, afirmou.