Debate da Globo em BH pauta negacionismo científico, ditadura e corrupção no transporte

Brasil de Fato

Corrupção das empresas de transporte público, ditadura militar, negacionismo científico, limpeza da Lagoa da Pampulha. Esses foram alguns entre os diversos temas que apareceram o último debate entre os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte antes das eleições municipais, realizado pela TV Globo nesta quinta-feira (3). 

Odebate recebeu os candidatos Bruno Engler (PL), Carlos Viana (Podemos), Duda Salabert (PDT), Fuad Noman (PSD), Gabriel (MDB), Mauro Tramonte (Republicanos) e Rogério Correia (PT).

O candidato do PT, por sorteio da emissora, iniciou a discussão ao perguntar para Tramonte sobre suas ausências na sessões da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em seu mandato como deputado estadual.

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“Você faltou a um terço das reuniões da Assembleia. Qualquer trabalhador que fizesse isso estaria demitido. Das poucas vezes que participou, votou pelo aumento de 300% no salário de Zema“, questionou Rogério. 

Se esquivando da pergunta sobre a votação pelo aumento dos vencimentos do governador, o candidato do Republicanos afirmou que o seu trabalho se mede por resultados e justificou suas ausências na ALMG ao se comparar à população brasileira. 

“Muitos brasileiros têm dois empregos, e eu tenho dois empregos”, disse Tramonte, em referência à sua atuação conjunta entre o Legislativo e o seu trabalho como apresentador.

Ditadura militar

Na sequência, Fuad Noman se direcionou a Duda Salabert, perguntando a opinião da candidata do PDT sobre “projetos de lei transfóbicos” criados por Bruno Engler.

“A maioria dos projetos são inconstitucionais, usados como espantalho para desviar da questão pública”, reforçou Duda, ao alertar que pautar esse debate tem sido uma estratégia da extrema direita. 

“O senhor citou Bruno Engler, mas sancionou um PL inconstitucional que proíbe que pessoas trans usem banheiros. E ainda retirou a bandeira LGBT do Centro de Referência”, retrucou Salabert. 

Ainda no embate, a candidata questionou a atuação de Fuad no Exército durante a ditadura militar. Para respondê-la, o atual prefeito chamou o período de “revolução”. 

“Se você olhar todas as histórias da ‘revolução’, você não vai ver meu nome em lugar nenhum”, se defendeu. 

Corrupção

O transporte coletivo e o preço dos imóveis também foram pontos do debate. Gabriel Azevedo questionou Rogério Correia sobre suas propostas para melhorar o serviço, criticando a atuação da prefeitura e destacando a necessidade de revisão dos contratos. 

O candidato do PT se declarou a favor da outorga onerosa no caso de empreendimentos imobiliários e reforçou que o transporte precisa de mudanças estruturais. 

“Tem muita coisa errada na prefeitura, o contrato precisa ser revisto, precisa ter ônibus novos”, declarou. 

No mesmo tópico, Gabriel acusou Fuad Noman sobre suposto financiamento de sua campanha por empresas de ônibus, o que ele negou, afirmando ter uma “história limpa”. 

Negacionismo

Na sequência, Bruno Engler perguntou sobre a revitalização da Lagoa da Pampulha para Gabriel, que afirmou que a localidade, hoje, parece um “esgoto a céu aberto”, o que, na avaliação dele, seria parte de um esquema de corrupção de empresas de limpeza. 

Um embate também  foi protagonizado por Bruno Engler e Carlos Viana, no qual o candidato do Podemos provocou Engler ao perguntar se ele havia tomado a vacina contra a covid-19, dado o seu alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Engler, por sua vez, orgulhosamente afirmou que não se vacinou. 

Outros temas

No bloco subsequente, os candidatos debateram temas específicos sorteados pela emissora, como população em situação de rua, educação, cultura, saneamento básico, planejamento urbano, emergência climática e diversidade. 

Na ocasião, Tramonte questionou Fuad sobre cinco mudanças na Secretaria Municipal de Educação, assunto que o prefeito se esquivou, e Rogério Correia interpelou Engler sobre como o candidato resolveria a questão do saneamento se cria conflitos com o governo federal. O candidato do PL afirmou que manterá relações institucionais com o executivo federal. 

Questionado por Gabriel sobre como gerar mais oportunidades de emprego na cidade sem comprometer o orçamento municipal, Bruno Engler defendeu o fim de mecanismos que, segundo ele, “burocratizam” a atividade comercial.

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Da Redação