Inquérito da Polícia Federal investiga falsas acusações de Marçal contra Boulos
Brasil de Fato
A Polícia Federal (PF) incluiu um novo elemento no inquérito que apura inconsistências das acusações feitas pelo candidato Pablo Marçal (PRTB) contra adversários políticos em São Paulo. Neste sábado (5), a publicação do falso laudo médico nas redes sociais do ex-coach, que relaciona Guilherme Boulos (Psol) ao uso de cocaína, foi inserida na investigação.
O inquérito já cumpre diligências e foi aberto em setembro, após a primeira tentativa de associar Boulos ao abuso de drogas ilícitas. Na ocasião, o candidato divulgou, conforme apuração da Folha de S. Paulo, um processo de outra pessoa com mesmo nome e o atribuiu a Boulos.
O laudo publicado por Marçal na sexta-feira (4), é assinado por José Roberto de Souza. De acordo com o site do Conselho Federal de Medicina, o médico já faleceu e, em vida, não era especialista em psiquiatria. Além disso, há erros de digitação e outras incoerências no documento. A publicação foi retirada do ar pelo Instagram ainda na noite de sexta.
Em nota divulgada também na sexta-feira, Boulos disse que o documento apresentado por Marçal é “falso e criminoso” e que iria recorrer às instâncias eleitoral, cível e criminal da Justiça contra o candidato do PRTB.
Durante caminhada na avenida Paulista neste sábado (5), o psolista voltou a falar com jornalistas sobre o assunto: “ontem um dos adversários chegou ao limite de falsificar um documento, mas a farsa foi desmascarada em poucas horas (…). O que a gente espera, agora, é que a verdade circule mais que a mentira”, finalizou.
Neste sábado, a Justiça Eleitoral determinou que postagens que publicam e reproduzem o suposto laudo devem ser retiradas das redes sociais. “Há plausibilidade nas alegações envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que foi gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que foram divulgado tais fatos”, disse o juiz da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo.
Procurada pela reportagem do Brasil de Fato, a campanha de Pablo Marçal ainda não se posicionou diretamente sobre o assunto.
A lei eleitoral proíbe prisões de candidatos na janela eleitoral que vai de 21 de setembro a 8 de outubro, exceto em caso de flagrante.