Belém (PA): campo progressista deve apoiar Igor Normando para derrotar extrema direita

Brasil de Fato

O campo progressista em Belém (PA) deve fazer uma migração automática para apoiar a candidatura de Igor Normando (MDB) no segundo turno. A avaliação é de José Genoino, ex-presidente do PT, e da economista Juliane Furno, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ambos comentaristas do podcast Três por Quatro. A extrema direita está representada nas eleições municipais pelo bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL), que se apresenta como “líder da Bancada da Bala/Região Norte”.

“Éder Mauro é bolsonarista juramentado, de primeira fileira, bolsonarista extremado”, descreveu Genoino. Ele lembrou que o candidato se envolveu em polêmicas no começo deste ano ao fazer críticas à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, no Congresso Nacional. Do outro lado está Igor Normando, apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB), que compõe a base do governo Lula. “É a liderança de uma direita institucionalizada”, apontou o analista.

Com 100% das urnas apuradas, Igor Normando (MDB) obteve 44,89% dos votos válidos e o candidato do PL ficou com 31,48%. O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (Psol), ficou em terceiro lugar, com 9,78% da preferência dos eleitores. A coligação de Normando é composta por MDB, PSB, PRD, União, PDT, PP, PSD, PSDB e Cidadania. Já o grupo de Éder Mauro se limita a seu partido, o PL.

Derrota do prefeito

Os analistas destacam a necessidade de um balanço crítico diante da derrota de Edmilson Rodrigues (Psol). A crise do lixo, a pandemia de covid-19 e os embates com a presidência de Jair Bolsonaro (PL) nos primeiros anos de gestão foram alguns dos fatores levantados para o desgaste do atual prefeito.

“É fundamental fazer essa análise. Ele poderia ter inaugurado uma série de políticas públicas importantes para constar na nossa história do modo petista, ou o modo da esquerda de governar. É de lamentar um pouco essa experiência”, pontuou Juliane Furno. 

Durante a campanha, Edmilson fez autocríticas sobre a demora em encontrar uma solução para o que ele chamava de “máfia do lixo”. Apenas em fevereiro deste ano ele assinou um novo contrato com o consórcio vencedor da licitação para coleta e manejo de resíduos e limpeza urbana. 

O problema, no entanto, se arrastava desde 2022. O governo aponta que enfrentou sabotagens com ações organizadas e deliberadas de despejo irregular de lixo. “Vamos lembrar aqui que a máfia do lixo tem um histórico [nos municípios], inclusive com um resultado trágico como foi o caso com o prefeito da cidade de Campinas aqui em São Paulo”, relembrou Furno. O então prefeito Antônio da Costa Santos, Toninho, foi morto a tiros em 2001 em meio ao enfrentamento à máfia do lixo no município paulista.
 

Da Redação