Atos cobram justiça às vésperas de julgamento de motorista que atropelou cicloativista Marina Harkot em SP

Brasil de Fato

Familiares, amigos e ciclistas de seis cidades brasileiras realizam uma manifestação, nos dias 15 e 16 de junho, em homenagem à Marina Harkot. Ela morreu após ser atropelada enquanto andava de bicicleta, em novembro de 2020, em São Paulo. 

O ato ocorre às vésperas do julgamento do empresário José Maria da Costa, responsável pelo atropelamento, no dia 20 de junho. Além de não ter prestado socorro, as investigações mostram que Costa estava embriagado, destruiu as provas do crime e ficou foragido durante o início das apurações. Agora, Costa responde por homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool.   


Amigos e familiares de Marina Harkot em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo / Pedale Como Marina/Reprodução

Nas palavras de Maria Cláudia Kohler, “a expectativa é que isso [o julgamento] seja uma referência para esses casos de morte no trânsito. Por ano, a gente tem quase 1.500 ciclistas atropelados. É um número extremamente alto. É uma barbárie. A gente está falando de vidas, lei, civilidade, cidades mais gentis, pessoas cuidadosas com outro. Há três anos e sete meses atrás, foi minha filha, mas pode ser uma pessoa querida de qualquer um de nós. Todos têm o risco de sofrer uma fatalidade de uma morte abrupta desse jeito”. 

“Esse julgamento representa a nossa batalha por honrar a vida de todos os cidadãos. Então, a gente está falando de um modo operante que está errado. O júri popular ele representa a sociedade, então, que a gente tem uma voz que possa, com transparência, ser a favor da vida e da justiça”, afirma a mãe de Marina.

“A falta que ela [Marina] faz não pode ser contabilizada, mas a gente pode fazer com que isso seja um exemplo para mudar o entendimento da legislação. Atropelar ciclista não é acidente. A gente tem centenas de casos de atropelados que foram mortos e de pessoas que atropelaram e não foram sequer julgadas e nem punidas”, complementa. 

O julgamento ocorre no Fórum da Barra Funda, na próxima quinta-feira (20). O júri popular será formado por até 21 pessoas que não têm formação em Direito e representam a sociedade em geral. Nesse sistema, quem condena o acusado são os jurados, e não o juiz. O mecanismo é utilizado apenas em casos de crimes dolosos, ou seja, quando houve a intenção de matar.  

“Este tipo de julgamento traz uma maior sensação de justiça e transparência, refletindo o clamor social por uma punição adequada e exemplar”, explica a advogada da família, Priscila Pamela.   

Pontos de concentração dos protestos 

15 de junho 

10h 
São Paulo: Av. Paulo VI, Sumaré, em frente ao muro da Rua Lisboa 
Recife: Praça do Derbz 

16h 
Porto Alegre: Esquina da Érico Veríssimo/Getúlio Vargas 

16 de junho 

10h 
Belém: Praça da República, em frente ao Teatro da Paz 

Da Redação