Debatedores afirmam que exploração de petróleo na bacia do Tacutu depende de mais estudos

Debatedores afirmam que exploração de petróleo na bacia do Tacutu depende de mais estudos

Da Agência Câmara de Notícias

Renato Araujo/Câmara dos Deputados
Representantes do governo pediram mais tempo para autorizar leilão em Tacutu

A exploração de petróleo e gás natural na bacia sedimentar do Tacutu, em Roraima, ainda depende de mais estudos técnicos que comprovem o potencial da região. A avaliação foi feita nesta terça-feira (18) por debatedores em audiência pública realizada pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

A audiência foi solicitada pelo deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR). A bacia do Tacutu está localizada na fronteira com a Guiana, país por onde ela se estende. A parte brasileira tem cerca de 15 mil km², segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A agência planeja incluir dois blocos da bacia no processo de oferta permanente – espécie de prateleira onde ficam os blocos pré-aprovados para leilão –, para avaliação das empresas petrolíferas interessadas.

Segundo o diretor de política de exploração e produção de petróleo e gás natural, da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Jair Rodrigues dos Anjos, a bacia do Tacutu tem uma grande perspectiva, mas há necessidade de mais dados sobre a acumulação de petróleo e gás na região.

“A gente precisa saber das informações, saber do potencial petrolífero das áreas para, aí sim, tomar uma decisão”, disse. Segundo Jair dos Anjos, a última perfuração na região ocorreu na década de 1980, e foi realizada pela Petrobras.

Manifestação ministerial
Também presente no debate, a gerente de projetos da Secretaria-Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Moara Giasson, informou aos deputados que no início do segundo semestre o MME e o MMA devem divulgar a manifestação conjunta sobre a exploração no Tacutu, documento que autoriza a entrada dos dois blocos de Tacutu na oferta permanente da ANP.

A manifestação conjunta deve indicar as ressalvas socioambientais para a exploração de petróleo e gás na bacia. Após isso é que a agência reguladora poderá publicar uma minuta do edital de licitação dos blocos, realizar a audiência pública sobre o edital e, por fim, publicar o edital de licitação.

“Há uma previsão de leilão [de blocos] o início do ano que vem. Então, a gente tem esse tempo para finalizar todas as manifestações que vão poder entrar em leilão no próximo ano”, disse Moara Giasson.

Renato Araujo/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Exploração de Petróleo na Bacia Sedimentar do Tacutu em Roraima. Governador de Roraima, Antônio Denarium.
Denarium, governador de Roraima, pediu pressa para pesquisas e exploração

Pressa
A audiência pública foi acompanhada pelas principais lideranças políticas do estado, como o governador Antonio Denarium (PP), o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Soldado Sampaio (Republicanos). Eles pediram pressa na realização das etapas que antecedem a colocação dos blocos em licitação.

“Chamo a atenção agora da Petrobras, do Ministério de Minas e Energia, da ANP para que possam fazer o mais rápido possível as pesquisas para exploração no estado de Roraima”, afirmou Denarium.

Já o deputado Gabriel Mota disse que a exploração da bacia do Tacutu é um sonho antigo da população de Roraima. “O nosso povo nunca entendeu como Roraima, que está ali, ao lado da Guiana, que hoje é uma potência de petróleo, nunca explorou”, disse Mota.

Também participaram da audiência pública os deputados Helena Lima (MDB-RR), Zé Haroldo Cathedral (PSD-RR), Pastor Diniz (União-RR), Defensor Stélio Dener (Republicanos-RR), Sidney Leite (PSD-AM) e João Carlos Bacelar (PL-BA).

Source: camara.leg.br

Da Redação