MST inaugura novo Armazém do Campo DF com feira e ato político-cultural

Brasil de Fato

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inaugurou, nesta quarta-feira (03), a nova loja do Armazém do Campo do Distrito Federal. Localizado no térreo do Edifício Denasa, no Setor Comercial Sul, o espaço cultural e de comercialização de produtos da reforma agrária tem como objetivo promover eventos culturais e facilitar o escoamento da produção dos assentamentos e acampamentos. 

A programação iniciou pela manhã com a feira da Reforma Agrária. A prioridade do Armazém é trabalhar com produtos dos assentamentos locais com feiras externas e atividades culturais, que darão visibilidade aos produtores e artistas dos assentamentos. 

“O armazém do campo é essa alternativa que vai dar as condições para que essas famílias utilizem produtos sem agrotóxicos. É a potencialidade que o Armazém tem de estar apresentando esses produtos à sociedade, mostrando que é possível produzir alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos”, afirmou Sandra Cantanhede, dirigente nacional do MST DF e Entorno.

A loja iniciou suas atividades em Brasília ainda em setembro de 2022 na Asa Norte, mas precisou mudar de endereço devido à localização. Com um espaço maior, a nova loja do Armazém do Campo DF visa, além da comercialização de produtos, a promoção da cultura com espaço para shows, eventos e palestras.


Inauguração do Armazém do Campo DF contou com feira, ato político e apresentações culturais / Marcos Paulo Lima (Maracatu)/CUT-DF

O Armazém recém-inaugurado vai funcionar de segunda a sábado, das 8h às 23h. Além do espaço de comercialização dos produtos orgânicos, a loja conta com um restaurante, com pratos feitos dos ingredientes produzidos pelos assentamentos e acampamentos do MST-DF e Entorno; e com um bar-café.

Valmir Adelino Camilo, produtor rural, destacou a importância da feira para a agricultura familiar: “A agricultura familiar encontra algumas barreiras para vender para os programas do governo devido à burocracia. A feira permite que possamos vender diretamente ao consumidor, mostrando nossos produtos dos assentamentos da reforma agrária.”

Agostinho Reis, dirigente estadual do MST pelo Setor de Cultura, enfatizou a necessidade de criar espaços de comercialização para facilitar o escoamento dos alimentos. “Estamos sujeitos às grandes produções de soja, milho e arroz no DF e no Entorno. A agricultura familiar fica sufocada e não tem competitividade com os preços. Nosso desafio é criar espaços de comercialização para facilitar o escoamento dos alimentos”.

Ato político 

À noite o espaço comum da Quadra 1 do SCS foi tomado por uma diversidade de pessoas que acompanharam o ato político e cultural da reinauguração do Armazém. Parlamentares, representantes de movimentos populares e sindicais participaram do encontro. A festa foi encerrada com as apresentações de Pereira da Viola, Gog e o grupo de forró, Caco de Cuia.

“O MST é um movimento que nos orgulha no Brasil porque é um movimento que luta pela reforma agrária, pelo direito à moradia, por direitos sociais, acesso à assistência social para a população que mais precisa. Então, eu queria saudar esse espaço, esse movimento social e a ocupação do espaço público”, celebrou o deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF) durante o ato político.

Max Maciel, deputado distrital pelo PSOL-DF, também elogiou a atuação do MST “pela importância e o significado que tem no país inteiro” e afirmou que seu mandato está compromissado com toda a agenda campo e da cidade.

Criada em 2016, a rede Armazém do Campo tornou-se referência para quem busca alimentos saudáveis, de origem orgânica e agroecológica, além de promover expressões culturais ligadas à reforma agrária. Atualmente, a rede conta com 25 lojas físicas espalhadas pelo Brasil.

Da Redação