Safra gaúcha deve crescer quase 35% apesar dos eventos climáticos extremos

Brasil de Fato

Mesmo com as adversidades climáticas enfrentadas pelos agricultores do Rio Grande do Sul, todas as principais culturas do estado têm estimativas de aumento de produção quando comparadas com o ciclo anterior. É o que aponta o 10º levantamento de grãos divulgado nesta quinta-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O estado é o terceiro que mais produz grãos no país e deve colher 37,1 milhões de toneladas na safra 2023/2024, o que representa um aumento de 34,5% em relação à safra 2022/2023, que foi de 27,58 milhões de toneladas. A área plantada no território gaúcho soma 10,4 milhões de hectares, uma elevação de 1,1%.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou a relevância do estado na produção agrícola nacional em meio às dificuldades. “Ano passado, em função das questões climáticas, o Rio Grande do Sul saiu de segundo para quinto lugar na produção nacional. E agora o estado está se recuperando. Passa de novo a ocupar o terceiro lugar na produção agrícola nacional.”

Considerada uma das maiores safras de soja da história do RS, a previsão é que o estado colha 19,65 milhões de toneladas da oleaginosa, uma alta de 51%, numa área total de 6,76 milhões de hectares. A Conab estima ainda um aumento de 30% na produção de milho, com previsão de 4,85 milhões de toneladas; de 44,5% na de trigo, com 4,19 milhões de toneladas; de 3,3% na de arroz, com 7,16 milhões de toneladas; e 1,4% na de feijão, com 71,7 mil toneladas. Em relação às áreas, o milho ocupa 814,9 mil hectares; o trigo, 1,34 milhão de hectares; o arroz, 900,6 mil hectares; e o feijão, 48,5 mil hectares.

Apesar de redução, safra nacional é a segunda maior da história

Já a safra nacional 2023/2024 deve atingir 299,27 milhões de toneladas de grãos, o que representa um decréscimo de 6,4%, ou 20,54 milhões de toneladas a menos em relação ao ciclo anterior. Apesar disso, os números indicam que esta será a segunda maior safra já colhida no país, com uma variação positiva de 0,6% ou 1,72 milhão de toneladas em relação à pesquisa do mês anterior.

O motivo, segundo a Conab, foi o avanço da colheita das principais culturas, indicando recuperação na produção, sobretudo no milho segunda safra, gergelim e arroz. Por outro lado, houve redução no milho primeira safra, feijão, trigo, algodão e soja. A pesquisa de campo foi realizada no final de junho.

Pretto celebrou a segunda maior safra agrícola da história do Brasil. “Essa notícia é muito importante para a nossa economia, é importante para o campo agrícola brasileiro, é importante para os nossos consumidores. É importante também para países mundo afora que dependem da nossa produção.”

Segundo ele, os bons números mostram a força do homem e da mulher do campo, mas também a força das políticas públicas. “Nós tivemos no ano passado um Plano Safra recorde. Só foi menor do que o Safra deste ano, que traz um volume de recurso tão expressivo: R$ 594 bilhões para a agricultura empresarial e para a agricultura familiar”, destacou, lembrando o incentivo dado pelo governo federal à produção de alimentos.

A quebra observada em relação ao ciclo passado, de acordo com o levantamento, deve-se sobretudo à intensidade do El Niño. Nesta safra, explica a companhia, o fenômeno teve influência negativa no comportamento climático desde o início do plantio, chegando inclusive às fases de reprodução das lavouras de primeira safra plantadas até o final de outubro, nas principais regiões produtoras do país.


Da Redação