UE determina sanções a colonos israelenses extremistas; Hamas nega abandonar negociações de paz

Brasil de Fato

A União Europeia (UE) anunciou nesta segunda-feira uma nova rodada de sanções contra colonos israelenses extremistas nos territórios palestinos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Foram incluidos ainda ativistas que bloqueiam a chegada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

Desde outubro, mais de 600 palestinos foram assassinados na Cisjordânia por colonos. Além disso, 2024 já é o ano em que mais terra palestina na Cisjordânia foi confiscada por Israel em várias décadas: mais de 24 km². 

Os alvos das sanções são três entidades e cinco pessoas que, segundo a UE, cometem “abusos graves e sistêmicos contra os direitos humanos dos palestinos na Cisjordânia”. Os indivíduos sancionados estão sujeitos ao congelamento de quaisquer ativos que possuam na UE e estão proibidos de viajar para países do bloco. No caso de entidades e organizações, elas são proibidas de firmar acordos com indivíduos ou organizações da UE.

Uma das entidades sancionadas é o Tzav 9, grupo de ativistas violentos dedicado a bloquear a entrega de ajuda humanitária, como alimentos, água e combustível em Gaza. “As ações do Tzav 9 incluem protestos violentos, ataques a caminhões de alimentos e destruição de alimentos”, disse a União Europeia. 

Também foi sancionado o político ortodoxo israelense Baruch Marzel, conhecido por defender a limpeza étnica dos palestinos.

Desmentido do Hamas

O grupo Hamas não se retirou das negociações de cessar-fogo após os ataques israelenses que mataram mais de 90 palestinos deste fim de semana em Gaza, garantiu um dos altos funcionários do grupo, no domingo. A declaração de Izzat El-Reshiq, membro do gabinete político do Hamas, também acusou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de tentar inviabilizar os esforços dos mediadores árabes e dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo.

O anúncio de El-Reshiq ocorreu horas depois de um alto funcionário anônimo do Hamas ter dito à AFP no domingo que o grupo terrorista palestino havia se retirado das negociações por causa dos “massacres” israelenses e da atitude de Israel nas negociações, ao mesmo tempo que deixou a porta aberta para um retorno à mediação.

Outro funcionário do Hamas afirmoiu que o líder militar do grupo, Mohammed Deif, estava “bem” e trabalhando, apesar do ataque a bomba de Israel contra um campo no sul de Gaza no sábado. As forças israelenses afirmaram ter como alvo o comandante procurado do Hamas.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que o ataque deixou 92 mortos. Militares israelenses disseram que o prédio atingido estava em complexo cercado do Hamas dentro de um ambiente civil. Dezenas de agentes do Hamas também estavam na área do local quando houve o ataque, incluindo Deif; seu vice, Rafa’a Salameh; e os guardas de Salameh, disseram fontes militares.

Resistência Houthi

O porta-voz militar Houthi – grupo guerrilheiro do Iêmen que se juntou à resistência palestina atacando interesses israelenses, especialmente no Mar Vermelho – reivindicou três operações em navios, uma delas em cooperação com combatentes no Iraque.

Yahya Saree disse à TV local que o navio “Bentley I” foi alvo de vários pequenos barcos, drones e mísseis balísticos no Mar Vermelho. Ele não falou sobre danos ao navio. Ele disse ainda que o grupo também atingiu diretamente o petroleiro “CHIOS Lion” com um barco não tripulado, também no Mar Vermelho.

“Os dois navios foram visados ​​porque as empresas proprietárias deles violaram a decisão de proibir a entrada nos portos da Palestina ocupada”, disse ele.

Saree disse que os Houthis realizaram uma operação conjunta com a Resistência Islâmica no Iraque, visando o navio “Olvia” no Mar Mediterrâneo. Ele disse que a operação “alcançou seu objetivo” sem dar mais detalhes.

Bombardeio a escola 

Forças de Israel bombardearam pela quinta vez em oito dias uma escola da Faixa de Gaza que abrigava pessoas deslocadas pelo conflito, segundo moradores.

O ataque atingiu uma escola administrada pela agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) localizada no campo de Nuseirat, que já foi bombardeado duas vezes por Israel.

A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou 15 mortos no bombardeio à escola, onde Israel afirma que atacou terroristas. Segundo moradores, várias vítimas, incluindo menores de idade, foram levadas para hospitais próximos.

*Com AFP, Al Jazeera, Haaretz e Times of Israel

Da Redação