Projeto garante rapidez em atendimento na rede pública para quem comete autoagressão

Projeto garante rapidez em atendimento na rede pública para quem comete autoagressão

Da Agência Câmara de Notícias

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Professora Goreth, a autora da proposta

O Projeto de Lei 3033/24 visa garantir atendimento em curto prazo na rede pública de saúde para pessoas que cometeram autolesão e tentativa de autoextermínio, e para familiares de quem se suicidou.

Segundo o projeto, após ser notificada sobre caso de violência autoprovocada, a rede pública de atenção psicossocial deverá agendar em até sete dias consulta de acolhimento da pessoa que realizou a autoagressão ou dos familiares enlutados.

A autoridade sanitária fica dispensada de notificar o serviço público de saúde se a pessoa optar por ser atendida na rede privada.

O descumprimento do prazo configura infração sanitária.

A proposta, que está em análise na Câmara dos Deputados, muda a lei que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.

A autora do projeto, deputada Professora Goreth (PDT-AP), afirma que uma das medidas mais importantes para evitar o suicídio é o acompanhamento imediato de profissional da saúde mental, com psicoterapia e medicamentos, se necessário.

Estudos mostram que o tratamento adequado pode evitar novas tentativas de autoagressão. No Brasil, no entanto, há grande dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde psíquica.

“Nós temos que eliminar essa demora e assegurar com que as pessoas que estejam em risco tenham um suporte necessário o mais rápido possível”, disse a deputada. “Eu também passei por situações na minha família. Cada minuto é crucial para evitar que a situação se agrave”, alertou.

Números
Dados da Fiocruz divulgados em fevereiro deste ano apontam que a taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% ao ano no Brasil entre 2011 e 2022, enquanto as notificações de autolesão na faixa etária de 10 a 24 anos aumentaram 29% ao ano no mesmo período.

Entre a população em geral, os índices também vêm crescendo anualmente. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, ocorrem em média mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Como há subnotificação, estima-se que esse número chegue a 1 milhão de casos.

No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia, segundo a campanha Setembro Amarelo. Essa campanha foi criada em 2013 pela Associação Brasileira de Psiquiatria, neste ano o lema é “Se precisar, peça ajuda!”.

Próximos passos
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.

Source: camara.leg.br

Da Redação