Agência de notícias britânica tira do ar declarações polêmicas de chanceler sobre guerra na Ucrânia

Brasil de Fato

A agência de notícias britânica Reuters tirou do ar reportagem, horas após sua publicação, na qual o secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, em visita a Kiev, declarava que a Ucrânia tem o direito de atacar alvos dentro da Rússia com armas britânicas.

“A Ucrânia tem esse direito. Quando a Rússia atinge alvos dentro da Ucrânia, podemos compreender porque é que a Ucrânia sente a necessidade de garantir que se defende”, disse ele, citado pela agência nesta quinta-feira (2). 

A Reuters argumentou que houve a necessidade de “revisar alguns detalhes da história” e prometeu publicar uma versão revisada posteriormente. A matéria também afirmava que Cameron, prometeu US$ 3,75 bilhões (mais de R$ 15 bilhões) em ajuda militar anual à Ucrânia.

Ao comentar o caso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse ter certeza que a fala de David Cameron sobre ataques com armas ocidentais à Rússia aconteceu de fato, mas que a publicação teria sido retirada devido à repercussão negativa provocada pela declaração. 

“Aos nossos olhos surge um ‘puro assassinato britânico’. Tenho certeza de que ele disse isso. Mas a repercussão que a declaração provocou forçou Londres recuar e vitimar a Reuters“, disse a diplomata. 

Anteriormente, o chefe do Estado-Maior de Defesa britânico, almirante Tony Radakin, também fez uma declaração na mesma linha da fala atribuída a Cameron, dizendo que as tropas ucranianas poderiam usar armas de longo alcance, incluindo mísseis ATACMS transferidos para eles dos EUA, para atacar o território russo. O militar disse acreditar que a Ucrânia pretende aumentar o número de ataques em dentro da Rússia.

A posição da Rússia é de que o fornecimento de armas à Ucrânia interfere nos processos de resolução da guerra e implica no envolvimento direto dos países da OTAN no conflito. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou em outras ocasiões que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia. 

Da Redação