Escola Marias capacita 100 agricultoras urbanas de comunidades periféricas do Grande Recife; assista

Brasil de Fato

Com o olhar esperançoso, dezenas de mulheres assistiram às suas primeiras aulas no campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 29 de abril. São agricultoras urbanas de comunidades periféricas do Recife, Olinda e Cabo de Santo Agostinho, municípios da Região Metropolitana do Recife.

Elas compõem a primeira turma da Escola Marias de agricultura urbana, realizada pelo Centro Sabiá, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e UFRPE. O projeto quer fortalecer e capacitar 100 agricultoras, com foco especial em mulheres das periferias. Assista abaixo.

Segundo Gabriel Hirata, assessor técnico do Centro Sabiá, o projeto visa auxiliar na geração de renda, na segurança alimentar e na qualidade de vida dessas populações. “Nos primeiros três meses elas irão aprender mais sobre a parte mais técnica da produção. Na segunda parte, sobre o beneficiamento desses alimentos: como fazer um pão, um lambedor e outras receitas, na perspectiva de geração de renda. Queremos aumentar a produção das hortas e essas agricultoras conseguirão levar esses alimentos para casa”.

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Financiado por emenda parlamentar do deputado federal Túlio Gadelha (Rede) e com apoio do Programa Nacional de Agricultura Urbana, do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, do Governo Federal, a Escola Marias surgiu para suprir necessidades locais e a demanda por uma abordagem sustentável para a produção de alimentos.

O programa acompanhará cinco hortas comunitárias nas periferias da região metropolitana. Cristiane Silva faz parte da Horta Margaridas, no bairro de Jiquiá, e comenta entusiasmada a participação no projeto. “A horta tem 25 mulheres, mães, a maioria negras, que não têm oportunidades. Aqui a gente aprende a se conectar com a terra, com a natureza, com o planeta”, diz ela. “Para quem tem oportunidade, é banal estar numa sala com professores. Mas para nós é uma vitória. A gente só agradece, porque aprender nunca é demais. E que a gente aprenda mais pra poder ensinar na nossa comunidade”, completa Cristiane.

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O curso será dividido em dois módulos: produção e transformação de alimentos. Ao longo dos dois anos de projeto serão capacitadas quatro turmas. A agricultora Maria José será uma das formadas. Para ela, participar da escola tem sido uma experiência positiva por poder aprender e depois transmitir o conhecimento para outras mulheres. “É muito bom para repassar [o aprendizado] para outras pessoas da horta, outras colegas que não vieram – mas eu estou aqui”, disse.

Da Redação