Paquistão desperdiça potencial olímpico ao investir só em críquete

Brasil de Fato

235 milhões de habitantes, apenas sete atletas disputando os Jogos Olímpicos em Paris.

Obcecado pelo críquete, com desprezo estatal pelo esporte e falta de estrutura para a prática esportiva, o Paquistão é o maior exemplo de país que desperdiça totalmente seu potencial olímpico.

Em toda a sua história, o Paquistão ganhou 10 medalhas olímpicas. Oito delas foram no hóquei sobre a grama.

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Essa modalidade, pela qual os paquistaneses também são apaixonados, é símbolo do declínio esportivo local.

Afinal, depois de ganhar medalhas em seis edições seguidas, entre 1956 e 1976, e depois mais duas em 1984 e 1992, o Paquistão foi perdendo a sua relevância na modalidade e nem se classificou para os Jogos em 2016, 2020 e 2024.

Há diferentes explicações para o fato.

Uma é que os gramados do hóquei passaram a ser majoritariamente artificiais a partir da década de 1980, o que prejudicou o estilo de jogo de drible e passe dos asiáticos – a Índia também decaiu bastante na modalidade.

Passes longos e força física passaram a ser mais efetivos.

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Mas a outra – e principal – é que governo após governo, o Paquistão investiu apenas em críquete.

E isso explica também porque nenhuma outra modalidade se destaca – não há nem sequer estruturas físicas para a prática da maior parte dos esportes olímpicos no país.

Com o críquete enfim voltando ao programa olímpico em 2028, o Paquistão terá esperança.

O squash é outra modalidade que estará em Los Angeles na qual o Paquistão é relevante: Jahangir Khan ficou 555 jogos consecutivos invicto entre 1981 e 1986 e é considerado “o Pelé do squash”.

Enquanto 2028 não chega, um dos sete atletas paquistaneses em Paris tem chances reais de quebrar o tabu de medalhas do país que dura desde 1992.

O lançador de dardo Arshad Nadeem é um dos principais favoritos em sua prova.

Nadeem espera que um eventual sucesso olímpico leve muitos jovens paquistaneses ao atletismo e gere investimento no esporte.

Coincidentemente, seu maior rival no lançamento de dardo é Neeraj Chopra, da Índia, vizinho e eterno adversário na geopolítica e nos campos de críquete.

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Da Redação