Enfermeiros do DF decretam estado de greve; nova paralisação está marcada para 3 de setembro
Brasil de Fato
Os enfermeiros e enfermeiras da rede pública de saúde do Distrito Federal decidiram entrar em estado de greve até a próxima terça-feira (3). A decisão foi tomada durante assembleia realizada em frente à Câmara Legislativa, nesta quarta-feira (28), como forma de pressionar o governo do DF a implementar isonomia salarial e a restruturação do plano de carreira dos enfermeiros do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Jorge Henrique de Sousa e Silva Filho, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiro), a greve é uma forma de buscar mais justiça para a categoria. “Entre as carreiras de ensino superior da Secretaria de Saúde do DF, os enfermeiros são os que ganham menos, só que, hoje, é a categoria que mais produz nos três níveis de atenção”, diz o presidente do sindicato.
A decisão pelo estado de greve ocorreu após uma paralisação de 12 horas da categoria nesta quarta. Os enfermeiros destacaram os desafios que enfrentam, como o déficit de profissionais, a alta produtividade, e a crescente diferença salarial, que hoje chega a R$ 5 mil, um aumento significativo em relação aos R$ 800 registrados em 2013.
De acordo com dados do Info Saúde de 2023, um painel da Secretaria de Saúde do governo distrital, a categoria lidera o número de consultas de pré-natal. Nos primeiros seis meses de 2024, também foram recordistas em atendimentos gerais, com 1,8 milhão de atendimentos. Já na Atenção Primária à Saúde (APS) ganharam primeiro lugar no ranking, com mais de 1,2 milhão de atendimentos.
Jorge Henrique ainda lembra que, desde 2018, o quantitativo de enfermeiros permaneceu o mesmo, com uma variação de 3.900 a 4 mil profissionais. “Qualitativamente falando, temos produzido mais. Por exemplo, de 2021 para 2024, a gente saiu de 1,2 milhão de atendimento para 1,7 milhão”, explica.
Além disso, os enfermeiros ampliaram o acesso ao Dispositivo Ultra Interino (DIU) em 38,7% no segundo semestre de 2023 e realizaram mais de 6 mil partos normais no DF no ano passado. “É um número muito grande, porque, hoje, a estrutura dos hospitais é toda voltada para o médico”, afirma o presidente do sindicato.
“Estamos dizendo que nós queremos reconhecimento, uma valorização através da reestruturação da nossa carreira. Mas nós estamos apontando que também somos a solução de muitos gargalos existentes na Secretaria de Saúde. Ou seja, nós estamos nos colocando como resolutiva do problema”, destaca o sindicalista.
Para a próxima terça-feira (3), a categoria foi convocada a comparecer à assembleia, quando uma nova paralisação de 12 horas será realizada para decidir os rumos do movimento. O encontro será a partir das 14h, em frente à Câmara Legislativa.
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