Sanções dos EUA contra a Rússia não funcionam como há 20 anos, diz analista
Brasil de Fato
As sanções implementadas pelos Estados Unidos para subjulgar países, como tentou fazer com a Rússia desde o início da guarra com a Ucrãnia, não funcionam mais tão bem como há 20 anos. A declaração foi feiita por Stephanie Brito, da Assembleia Internacional dos Povos (AIP) ao Brasil de Fato.
Em junho, os EUA anunciaram o aumento das medidas contra o governo de Vladimir Putin, tendo como alvo empresas chinesas, que estariam ajudado o Kremlin em sua campanha militar na Ucrânia. Em fevereiro, o país já havia anunciado mais de 500 novas sanções contra a Rússia, após a morte do opositor Alexei Navalny Mas o aumento dessas sanções, porém, não fez com que a Rússia recuasse em relação à sua investida militar na Ucrânia.
“O polo mais dinâmico do capitalismo hoje não está mais no Ocidente, que pode
sancionar economicamente, vai doer, mas não vai ser uma questão fatal, como era a 20 anos atrás”, analisa Brito.
“Há economias muito grandes no Oriente, não só a chinesa, mas a indiana, da Indonésia e temos cada vez mais países do Sul Global com economias em crescimento, que tem essa capacidade de contribuir de certa forma para que um país não fique isolado se os EUA e seus aliados resolvem bloquear.”
Essa nova conjuntura internacional, considera Brito, está fazendo com que os países do Sul se tornem mais ousados em relação à sua postura contra os Estados Unidos e cita como exemplo o Irã.”Esses países que são inimigos dos EUA faz muito tempo, estão vivendo uma correlação de forças diferente, que faz com que sejam mais propensos a criar uma unidade entre eles.”
Se por um lado a oposição à política estadunidense cria unidade entre esses países, essa aliança esbarra em divergências ideológicas entre eles, como acontece em relação à Rússia e China. Ambos os países divergem não só não em relação ao tipo de governo, ao tipo de desenvolvimento econômico e tamanho da economia, mas também como eles querem lidar com os Estados Unidos.
“A China e a Rússia não têm a mesma visão de como eles querem lidar com os EUA, então eles tem uma aliança nesse momento que é importante, que está sendo alimentada pela atitude bélica irracional dos EUA, mas ao mesmo tempo essa aliança vai ter os seus limites.”