Após denúncia do Brasil de Fato, vereador aciona MP por crime eleitoral de Ricardo Nunes
Brasil de Fato
Após o Brasil de Fato revelar a contratação irregular de uma obra da Prefeitura de São Paulo numa área privada, em terreno da União, na última segunda-feira (23), o vereador Toninho Véspoli (Psol) foi ao Ministério Público Eleitoral (MPE) e protocolou uma denúncia contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) por crime eleitoral, desvio de finalidade e abuso de poder político.
“Nunes, sorrateiramente, por debaixo dos panos, vai usando o dinheiro do paulistano para favorecer seus aliados e desrespeitar toda e qualquer regra da gestão municipal, como transparência, legalidade e impessoalidade. Nunes é um fantoche nas mãos de uma dezena de partidos políticos que estão como abutres, drenando todo o caixa do município”, afirmou Véspoli.
A prefeitura de São Paulo, via Subprefeitura do Ipiranga, contratou a Vila Ema Construções Ltda para uma obra pública dentro do Centro Esportivo Vila Carioca, um clube privado que fica no bairro da zona Sul da capital paulista. O clube está dentro de uma área da União, mais especificamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que tenta na Justiça uma reintegração de posse.
A obra, que custará R$ 950 mil, consiste em reformar o campo de futebol que fica na sede do clube. No contrato, a Prefeitura descreve os itens da revitalização do espaço: elaboração de projeto luminotécnico, remoção do alambrado do campo de futebol para instalação de postes de iluminação, instalação de refletores, colocação de nova arquibancada, fornecimento e instalação de piso de grama sintética, entre outros.
Na última quinta-feira (19), a Prefeitura de São Paulo autorizou o início da obra para a próxima segunda-feira (23), com previsão de entrega do campo revitalizado para 22 de janeiro de 2025.
“A cidade de São Paulo pode estar diante de uma das gestões mais corruptas da sua história. São dezenas de denúncias e de suspeitas de compras superfaturadas, como no caso das armadilhas de dengue, ou de casos de contratos emergenciais, sem licitação, ou ainda, a máfia das creches investigada pela PF [Polícia Federal]. O que chama atenção é que, na maioria dos casos, esses esquemas visam garantir vantagens e ganhos para pessoas próximas ao prefeito, compadres, amigos, familiares…”, encerrou o vereador.