Cerca de 1,4 milhão de raios e trovões atingem o Rio Grande do Sul em três dias

Brasil de Fato

O Rio Grande do Sul registrou a ocorrência de mais de 1,4 milhão de raios entre os dias 23 e 25 de setembro, em meio à instabilidade do tempo, tempestades e vendavais. Conforme a Climatempo Meteorologia, foram 1.257.907 raios intranuvens – descargas elétricas dentro das nuvens – e 203.076 raios nuvem-solo – que atingem o solo. Os dados foram obtidos pela Climatempo do Heller & Jung – Space and Sky Observatory, de Taquara (RS).

As câmeras destinadas ao registro de meteoros e raios do observatório possuem uma cobertura de 100% dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também cobrem o sul de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A abrangência incluí 100% do Uruguai e parte da Argentina e Paraguai. As principais finalidades do Observatório são realizar estudos científicos sobre fenômenos naturais como meteoros e raios e incentivar crianças ao aprendizado de Física, Matemática, Química e Biologia através da Astronomia.

No dia 24, foram 487.391 raios intranuvens e 81.819 raios nuvem-solo. Já no dia 25, o número atingiu 493.135 raios intranuvens e 62.524 raios nuvem solo.

Na terça, mais de 190 raios atingiram a cidade de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e foram flagrados pelo Observatório Espacial Heller & Jung. Segundo a Climatempo, Santana da Boa Vista foi a cidade que mais registrou raios nuvem-solo, 9,4 mil, no dia 23 de setembro.

Mas, afinal, o que são raios que tanto medo causam medo e susto às pessoas e aos animais? Segundo o site científico Olhar Digital, raio é uma descarga elétrica, causada pela atração grande entre cargas de sinais opostos (positivas e negativas). Ela pode rolar entre nuvens ou entre nuvens e o solo, principalmente enquanto cai chuva ou temporal.

Essa manifestação da natureza é violenta em todos os sentidos. Para começar, um raio pode produzir uma carga de energia tão alta que os parâmetros beiram o absurdo: 125 milhões de volts, 200 mil amperes e 25 mil graus centígrados. 

Classificação

É possível classificar um raio de acordo com a sua origem. Assim, ele pode ser: da nuvem para o solo; do solo para a nuvem e entre nuvens. Ele é rápido e se parece com um flash de câmera. Dura meio segundo, em média. 

Apesar da classificação partir da sua origem, este não é o único fator com influência sobre o raio. Por exemplo, sua intensidade pode variar de acordo com as condições do clima da região. Por isso, algumas são mais castigadas por raios fortes que outras.

Já os trovões vêm do movimento das cargas elétricas na atmosfera. Funciona assim: o aquecimento brusco, combinado à expansão rápida do ar, produz uma pressão forte, manifestada por meio de som. É o trovão, capaz até de vibrar o local onde estamos.

Em primeiro lugar, precisa existir diferença grande de potencial entre cargas positivas e negativas. Do mesmo modo, o campo elétrico da nuvem tem de superar o limite de capacidade dielétrica do ar atmosférico (geralmente, varia entre 10 mil e 30 mil volts/cm).

Ao se ionizar, o ar entre as cargas vira condutor para a descarga elétrica rolar. Inclusive, é por conta dessa ionização forte do ar entre as cargas em movimento que ocorrem os relâmpagos.

Cuidados

Cerca de 99% da descarga é liberada em forma de luz e 1% em forma de trovão. O canal por onde ocorre a descarga aquece o ar em até 30 mil graus Celsius em poucos milissegundos. As descargas normalmente afetam pontos mais altos encontrados sobre o solo que, por sua vez, distribuem eletricidade para o solo e para as estruturas condutoras próximas.

Por esses motivos é que se recomenda não sair de casa em tempestades, não se aproximar de pontos altos, não permanecer em locais abertos se começar uma chuva, não se manter perto de condutores de energia, não tomar banho, não se aproximar do telefone e outros.

Da Redação