Eleitores indecisos e discrepância nas pesquisas sugerem indefinição do cenário eleitoral em BH
Brasil de Fato
A poucos dias da votação em primeiro turno, que acontece no próximo domingo (6), Belo Horizonte (MG) ainda tem o cenário eleitoral indefinido.
Nos últimos dias, foram divulgadas diversas pesquisas de intenção de votos para a eleição do próximo prefeito da capital mineira. Na maioria delas, Mauro Tramonte (Republicanos) aparece na dianteira.
Porém, variando a cada levantamento, quatro candidatos disputam a possibilidade de ida ao segundo turno: o atual prefeito Fuad Noman (PSD), o bolsonarista Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), apoiado pelo presidente Lula.
Indecisos
Ao analisar os resultados das pesquisas espontâneas, quando os entrevistados não têm acesso a uma lista com os nomes dos postulantes ao cargo, o cenário fica ainda mais em aberto.
A última pesquisa Quaest, divulgada na segunda-feira (30), indicou que 47% ainda estavam indecisos. Outro levantamento espontâneo, divulgado pelo Datatempo na terça-feira (1º), apurou que 30% ainda não decidiram em quem votar.
“O cenário ainda está indefinido. Quando um candidato apresenta intenções de voto próximas nas pesquisas espontâneas e nas estimuladas, significa que ele está consolidado, mas não é isso o que está acontecendo em Belo Horizonte”, avalia o doutor em sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rubens Goyata Campante.
“Além disso, mesmo as pesquisas estimuladas estão muito díspares. Algumas colocam Tramonte na frente, outras colocam Engler. Em algumas, Rogério Correia aparece com 12%, em outras com 6%”, continua o analista.
Para Rubens Goyata, mesmo sendo um desafio, diante do crescimento das candidaturas de direita e extrema direita na capital, ainda existe algum espaço para que a esquerda chegue ao segundo turno.
“Depende do empenho da militância. O esforço nos últimos dias, em uma campanha com tantos indecisos, é fundamental. Já existe um esforço concentrado na internet de produção de notícias falsas pela extrema direita. A direita está ciente da necessidade de fazer esforço na reta final. O campo progressista precisa se empenhar também”, destaca.
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