Venezuela tem eventos contra ataques israelenses e envia carta à ONU pedindo fim do genocídio

Brasil de Fato

O governo da Venezuela organizou uma série de atividades para marcar um ano do início dos ataques israelenses na Faixa de Gaza. O principal evento foi no sábado (5) com a realização de uma marcha na zona leste de Caracas e a entrega de uma carta na sede da ONU pedindo o fim da violência no Oriente Médio, especialmente os ataques mais recentes contra o Líbano. 

No documento, o chamado Grupo de Amigos em Defesa da Carta das Nações Unidas condenou os ataques contra o Líbano e disse que as ações de Israel violam não só a Carta da ONU a partir da violação dos direitos humanos e da soberania dos povo, como também o direito internacional. O grupo afirma ter “muita preocupação” com os ataques e diz que isso constitui uma “grave ameaça” a paz e a estabilidade internacional.

O grupo também se diz solidário com os povos do Líbano e Irã em um momento de ataques que já deixaram ao menos 25 mortos. A entrega da carta no prédio da ONU em Caracas foi simbólica, já que o mesmo documento foi entregue pelo grupo na sede da organização em Nova York. O evento foi acompanhado de uma marcha que reuniu centenas de venezuelanos em defesa dos libaneses, iranianos e palestinos. 

“Nos dirigimos a vocês mais uma vez para exigir que as instituições e os representantes da ONU assumam a sua responsabilidade e acabem com a impunidade da ocupação israelita, acabem com a desumanização do povo palestiniano, acabem com as intermináveis ​​violações do direito internacional e humanitário”, afirma o texto.

O documento afirma também que dezenas de países apelaram ao Tribunal Internacional de Justiça para pedir o fim do genocídio. “Desde outubro do ano passado, o mundo inteiro tem testemunhado a agressão colonial sionista na Cisjordânia, bem como o genocídio do povo palestiniano na Faixa de Gaza”, afirma o grupo.

Já nesta segunda-feira (7) foi realizado o Ato Antifascista e Antisionista em Defesa da Palestina. O evento contou com a participação de ministros e integrantes do governo. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, reforçou que a Venezuela tem uma posição firme também contra o imperialismo e a ingerência dos Estados Unidos sobre os povos do sul. 

“Quando levantamos a bandeira palestina, levantamos a bandeira dos povos livres do mundo, dos povos que não se rendem, dos povos que lutam. O povo venezuelano sempre será humilde e firme na defesa da liberdade e também da soberania da Palestina. A nossa solidariedade é incondicional, a nossa solidariedade é absoluta com os povos que amam a liberdade e a nossa condenação é total contra os genocidas, os imperialistas, contra os EUA, contra Israel”, afirmou.

O ato foi organizado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da Venezuela e marcou também a participação do procurador-geral, Tarek William Saab. Para ele, tanto a Palestina como o Líbano dão uma “lição” de como resistir a ataques terroristas. Segundo Tarek, os movimentos sociais estão em uma “unidade institucional” em torno da defesa dos direitos do povo palestino.

“A Palestina e o Líbano estão a dar ao mundo inteiro uma lição sobre como uma nação deve resistir aos ataques terroristas. O Governo Nacional se junta na defesa de uma causa que já não é do mundo árabe, não é mais do Oriente Médio, é de toda a humanidade”, disse. 
 
O embaixador da Palestina na Venezuela, Fadi Alzaben, também participou do ato. Segundo ele, Gaza vai demorar décadas para se recuperar dos ataques israelenses. De acordo com ele, a ocupação israelense no território palestino mostra as “aspirações expansionistas” do Estado de Israel e do sionismo.

“A Faixa de Gaza tem 350 km2 e cada quilómetro recebeu 210 toneladas de bombas, as minhas palavras não podem descrever a dor e o desamparo que milhares de famílias estão passando em Gaza, bem como na Cisjordânia e em Jerusalém. Isso se deve aos horrores impostos pela presença colonial e ocupante israelense no território palestino e às suas aspirações expansionistas de apagar a presença do povo palestino”, afirmou.

Desde o início das hostilidades, o governo do presidente Nicolás Maduro vem se posicionando contra os ataques israelenses e apoiando propostas de cessar-fogo na região. O representante da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, pediu em diferentes ocasiões que o Conselho de Segurança das Nações Unidas tome uma decisão firme contra os ataques. 

Da Redação