Eleição presidencial dos Estados Unidos tem parada obrigatória na Pensilvânia, saiba por que
Brasil de Fato
História e matemática ajudam a entender o motivo de o estado da Pensilvânia nos Estados unidos poder mudar o curso da liderança do país mais rico do planeta. Com quase 13 milhões de habitantes e o maior colégio eleitoral entre os chamados “estados pêndulos”, a Pensilvânia é historicamente uma parada obrigatória na corrida à Casa Branca já que, das últimas 12 eleições, o estado elegeu 10 presidentes.
Um levantamento feito pelo estatístico dos EUA Nate Silver mostra que, se Kamala Harris vencer na Pensilvânia, suas chances de chegar à presidência são de 91%. Caso Donald Trump leve a melhor no estado, então o republicano tem 96% de chances de voltar a ocupar o Salão Oval.
O próximo presidente do país será aquele que somar 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Cada um dos 50 estados, mais a capital, Washington DC, tem um número pré-determinado de colégios eleitorais. A Califórnia é o maior deles, com 54 votos, seguido do Texas, com 40 votos. Já os menores, que são estados como Alaska e Wyoming, têm 3 votos cada.
Como alguns estados votam constantemente em candidatos republicanos ou democratas, a eleição americana acaba sendo decidida basicamente pelos sete estados-pêndulos, onde a disputa está aberta: Arizona, Nevada, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte e a tão cobiçada Pensilvânia. De todos os estados decisivos, é a terra da Taylor Swift a mais importante, com 19 votos.
População branca, conservadora e religiosa – pero no mucho
Na eleição presidencial de 2020, o presidente Joe Biden venceu na Pensilvânia por cerca de um ponto percentual: 50,0% dos eleitores do estado apoiaram Biden e 48,8%, o ex-presidente Donald Trump. Na eleição anterior, quando Trump enfrentou Hillary Clinton, o republicano levou a melhor no estado.
Para entender o comportamento do eleitor pensilvaniano é preciso analisar a demografia local: uma população branca, mais velha e religiosa. A idade média dos adultos na Pensilvânia é de 52 anos, um pouco mais velha do que a idade média de todos os estadunidenses, que é de 48 anos.
Cerca de dois em cada dez habitantes da Pensilvânia têm alguma educação universitária (22%), cinco pontos percentuais a menos do que todos os cidadãos do país (27%). Quase 80% da população se considera branca e é um dos locais com a menor taxa de hispânicos – apenas 5%.
Quando questionados sobre sua identidade conservadora, 37% se declararam conservadores e 36% moderados. Liberais são apenas 25%. Se o assunto é religião, então 68% da população local abraça o cristianismo, sendo 41% deles protestantes e 26% católicos. 24% dos entrevistados se declararam sem religião.
Eleição 2024
Virtualmente empatados em todas as pesquisas de opinião na Pensilvânia, Donald Trump e Kamala Harris se alternam na margem erro na liderança, de acordo com a agência de pesquisa. Na plataforma 538, que condensa dados de diversas agências, a candidata democrata aparece à frente, com 47,9% dos votos, uma diferença praticamente irrelevante em relação a Trump, que acumula 47,4% do favoritismo local.
O republicano planeja passar por diferentes municípios pensilvanianos nos próximos dias, com direito a comício em Scranton, cidade natal do atual presidente Joe Biden. Para tentar frear as investidas republicanas na área, a equipe de Kamala Harris conta com reforço: o ex-presidente Barack Obama participou na quinta-feira (10) de comício democrata, em Pittsburgh – capital do estado -, e convocou o eleitorado negro a apoiar a atual candidata à Casa Branca.
“Esta eleição vai ser apertada porque há muitos americanos que ainda estão sofrendo”, discursou Obama. “O que não consigo entender é: por que alguém pensaria que Donald Trump vai agitar as coisas de uma forma que seja boa para você?”, questionou o público.
Vale lembrar que foi na Pensilvânia, em julho, que Donald Trump foi atingido por uma bala que passou de raspão na sua orelha direita. O repulicano, que é formado pela Universidade da Pensilvânia, tem panfletado por todo território dos EUA sua imagem com pulso em riste, passando a imagem de um líder forte e destemido. Naquela imagem história, é o estado-chave da Pensilvânia que preenche o cenário.