Paulinho Freire e Natália Bonavides têm baixa rejeição e tentam puxar voto de indecisos na disputa pela prefeitura de Natal

Brasil de Fato

Os primeiros levantamentos realizados por institutos de pesquisa em Natal mostram um cenário acirrado na disputa do segundo turno. Na AtlasIntel desta segunda-feira (14), o candidato Paulinho Freire (União Brasil) aparece com 52,2% das intenções de voto, à frente de Natália Bonavides (PT), que tem 45,9%. 

Também na segunda foi divulgada a pesquisa Quaest, que aponta para um cenário parecido: Freire tem 45%, enquanto Bonavides soma 39% das intenções de voto.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Freire mantém a liderança conquistada no primeiro turno. No entanto, ele vem sendo ameaçado por Bonavides, que vem crescendo desde a primeira etapa da eleição e que surpreendeu ao deixar o ex-prefeito da cidade, Carlos Eduardo (PSD), fora da corrida eleitoral. 

É o que comenta Anderson dos Santos, cientista político do Instituto de Políticas Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (RN). Ele falou sobre a eleição na capital do estado durante o programa Central do Brasil.

“A Natália obteve 28% dos [votos] válidos e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, que era o favorito nas eleições, obteve 24%. O Paulinho Freire, candidato do atual prefeito Álvaro Dias (Republicanos), obteve 44% dos votos válidos. Então o desafio da Natália é grande, afinal de contas faltariam seis pontos para que Paulinho vença no segundo turno. Acontece que as primeiras pesquisas do segundo turno estão apontando empate técnico”, pontua o especialista.

Ele cita ainda um levantamento que evidenciou mais esse fato. A pesquisa Seta, divulgada pela Band RN no último sábado (12), mostra o candidato do União com 50,4% e a petista com 49,6%, próximos de um empate numérico.

Estratégias de campanha  

Ainda segundo o levantamento Seta, quando o assunto é rejeição os dois candidatos estão tecnicamente empatados. Quando perguntados em que não votariam, 22,8% dos eleitores responderam o nome de Paulinho Freire e 22,1% disseram Natália Bonavides

Com índice de rejeição próximo, o que pode decidir a eleição em Natal são os votos indecisos, em quem os candidatos devem focar, diz o cientista político da UFRN.

“O que a gente tem que observar é que a Natália ela já teve um avanço considerável no 1º turno e existem [agora] muitos votos ainda em disputa. Esse é o ponto importante a ser dito. Quando analisada a intenção de voto espontânea, nós verificamos que um quarto do eleitorado ainda não se decidiu. A gente costuma dizer que segundo turno é uma briga entre rejeições, mas em Natal, a rejeição dos dois candidatos é muito baixa, o que está tornando a eleição bastante acirrada”, analisa. 

A tendência é que os candidatos reforcem o apoio que recebem de figuras importantes na política da cidade ou do estado, como já destacaram no primeiro debate do 2º turno, realizado pela TV Bandeirantes na noite da última segunda (14).

“No primeiro turno, o candidato Paulinho Freire utilizou propagandas negativas, sobretudo contra o Carlos Eduardo, e mobilizou um sentimento antipetista na capital. Ele obteve sucesso e continua a sua estratégia agora voltando à sua artilharia contra a Natália. E contra a Natália, ele utiliza, além do antipetismo, a juventude, a inexperiência administrativa da deputada”, conta Anderson. 

“A Natália, por sua vez, aponta os problemas de gestão da atual prefeitura. O Álvaro Dias (Republicanos) é o prefeito de Natal. Ela apresenta as críticas à gestão [do atual prefeito, que apoia Freire] e tenta vincular o nome dela ao presidente Lula, porque ela teve uma grande votação nos principais redutos petistas que são constituídos de bairros de classe média – e ela precisa avançar nos bairros periféricos de Natal.”

“Geralmente o eleitor olha para questões locais mesmo. O apoio do presidente Lula é esperado. E o presidente Lula chega hoje a Natal, fará um grande comício na zona norte – justamente na região em que Natália precisa crescer – e vai anunciar um pacote de medidas como construção de casas  naquela região. Isso deve ter um efeito”, prossegue.

A entrevista completa está disponível na edição desta quarta-feira (16) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.
 

Da Redação