Cuba registra pelo menos seis mortes causadas pelo furacão Oscar
Brasil de Fato
Ao menos seis pessoas morreram devido à passagem da tempestade tropical Oscar pelo leste da ilha. O incidente ocorreu na segunda-feira (21), na província de Guantánamo, de acordo com a Defesa Civil, que, em conjunto com as forças armadas e o Ministério do Interior, se encontram realizando trabalhos de resgate na área.
A passagem do Oscar pela ilha causou ventos de até 130 quilômetros por hora, fortes chuvas e inundações em várias cidades costeiras. Embora ainda não haja números precisos disponíveis, estima-se que mais de 15 mil pessoas tenham sido evacuadas, enquanto a imprensa regional relata “danos graves” à agricultura, moradia e infraestrutura pública.
Oscar é a décima quinta tempestade tropical da atual temporada de furacões do Atlântico. Uma área altamente castigada por fenômenos climáticos extremos que se tornam mais frequentes a cada ano devido aos efeitos do aquecimento global, que tem como principais responsáveis os países do norte global.
Os esforços de resgate estão ocorrendo em meio a um contexto no qual o país está tentando reativar o sistema elétrico nacional, que sofreu uma desconexão total na última sexta-feira. Especialistas apontam que a complexa situação energética dificultou as comunicações locais na prevenção da passagem do furacão, o que explica em parte o número de mortes que Cuba está lamentando agora.
Cuba, apesar de suas dificuldades econômicas, conseguiu implementar medidas de prevenção significativas, mantendo um número historicamente baixo de mortes causadas por eventos climáticos extremos. Até o momento, de acordo com o último relatório do Ministério de Energia e Minas, cerca de 70% da populaçãorecuperou o serviço de eletricidade.
No entanto, ainda há dificuldades nas províncias do leste do país devido aos efeitos do furacão Oscar. A grave situação que vive a região oriental do país, especialmente na província de Guantánamo, desencadeou várias campanhas de solidariedade entre a população cubana.
Diferentes grupos de estudantes e movimentos de jovens, como a União de Jovens Comunistas (UJC) e a Federação de Estudantes Universitários, estão formando brigadas de trabalho solidário para contribuir para a recuperação dos territórios.
As escolas e universidades, bem como os centros de atendimento aos bairros, foram transformados em espaços para o recebimento de doações. Enquanto isso, jovens de diferentes regiões da ilha se organizam para viajar até as áreas afetadas e colaborar com a população.
Cúpula do BRICS
Devido à situação de emergência pela qual o país está passando, o presidente Miguel Díaz-Canel anunciou que não participará da reunião do Brics que começou nesta terça-feira em Kazan, na Rússia. De acordo com o presidente, a decisão foi tomada “para continuar enfrentando, junto com nosso povo, a situação emergencial de eletroenergia, agravada pelo impacto do Oscar”.
No entanto, uma delegação encabeçada pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, estará presente. No início de outubro, por meio de uma carta enviada a Vladimir Putin, presidente temporário do grupo, Cuba solicitou formalmente sua disposição de se juntar ao BRICS.
Este ano, a Arábia Saudita, o Irã, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos se juntaram ao grupo, a primeira ampliação desde sua criação. Além disso, 34 outros países expressaram seu interesse em se juntar ao grupo. A inclusão de Cuba no grupo BRICS poderia representar uma oportunidade importante para superar a crise que atualmente afeta a ilha, principalmente como resultado do bloqueio que os Estados Unidos mantêm contra o país caribenho.