Acusações pessoais e vacinação marcam último debate das eleições em Curitiba

Brasil de Fato

O último confronto entre os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) aconteceu novamente em clima de tensão. Nesta semana, personalidades de peso entraram na campanha. Do lado de Pimentel, membros do governo do estado, deputados e o próprio governador Ratinho Junior (PSD) saíram em busca de votos. Já Cristina Graeml, isolada em Curitiba e no Paraná, recorreu ao apoio de bolsonaristas de renome no cenário nacional. Enquanto um acusava a outra de não ter propostas, essa acusava o adversário de supostas alianças com a esquerda. Essa divisão foi vista no encontro da RPC/Globo.

O debate na RPC privilegiou o confronto direto entre os candidatos nos quatro blocos, sendo que dois deles tiveram temas livres e dois com temas determinados. Eduardo Pimentel e Cristina Graeml tiveram 40 minutos mais as considerações finais para apresentar propostas para a cidade, questionar o adversário e trocar acusações.

Nesse período, um dos temas mais quentes foi a vacinação. Eduardo Pimentel destacou fortemente que Cristina se vacinou, mas se posicionou contra as vacinas. Além disso, reforçou que ela vai “importar a Doutora Cloroquina” para a cidade. “Você fala de saúde, mas não confia no nosso pessoal. Vai trazer a doutora Cloroquina para ser secretária de Saúde sem passar por processo seletivo, como você falou que ia fazer. No assunto vacinação, a senhora se vacinou, mas disse para as pessoas não se vacinarem. Por que a senhora não tem o direito de dizer sua posição sobre a vacina A senhora trabalhou contra a vacinação”, questionou Pimentel.

Cristina se defendeu afirmando que ela não era contra a vacina, mas alertava para os efeitos da vacinação. “Eu nunca fui contra a vacinação. Eu só fui ler a bula para falar dos riscos”, disse. No tema saúde, a candidata do Graeml falou que quer “construir uma UPA e novas unidades básicas na cidade. Vamos cuidar de quem cuida. A contratação via terceirização não está funcionando. Nós vamos melhorar as condições de enfermeiros e médicos”.

Transporte público

Os candidatos voltaram a trocar acusações sobre o preço da tarifa de ônibus. Eduardo afirmou que Graeml vai aumentar a passagem e ela argumentou que vai rever o valor da tarifa, trazendo um “conselho de notáveis” para tratar do assunto. Em ato falho, Graeml disse que a passagem nova será de R$ 6,75. O candidato do PSD, por sua vez, disse que vai baixar o valor após novo edital do transporte público. “Eu fiz as contas e vou fazer programas de Tarifa Zero para desempregados e 50% de desconto nos fins de semana e feriados”, propôs.

Quero o voto da mulher

Por outro lado, Cristina focou no fato de ser mulher. Ela criticou o adversário pelos ataques no segundo turno. “O senhor tem usado seu tempo de TV para me agredir. O que acha que a sua falecida mãe diria disso? O que a sua mulher Paula diz, ela concorda com as agressões? A máquina pública está sendo utilizada para atacar uma mulher, impedir que uma mulher assuma a prefeitura de Curitiba”, criticou.

A candidata do PMB, que não cita a palavra mulher no plano de governo, afirmou que “fizemos história”. “Pela primeira vez tivemos uma mulher no segundo turno e, infelizmente, nunca tivemos tanto ataque como foi feito agora. Está todo o sistema unido contra mim, contra uma mulher. Agradeço ao presidente Bolsonaro que tem me dado apoio. Curitiba não tem medo e vai ser livre de novo.”

Preparado

Durante o debate, o candidato Eduardo Pimentel voltou a encurralar sua adversária, como fez nos outros debates. Ele insistiu em perguntas sobre orçamento público para educação e, principalmente, saúde, que ficaram sem respostas. Diante disso, ele reforçou: “O Plano Diretor é uma janela de oportunidade de liderar a mudança da cidade para os próximos anos. A senhora se incomoda com o meu preparo. A senhora não conhece de gestão pública. Um prefeito precisa liderar e é o que eu vou fazer”, conclui.

Com relação a trocas de acusações sobre corrupção, Eduardo se incomodou com ataques à sua família. “A senhora só quer agredir. Agrediu meu irmão, a minha família, meu pai e meu avô. Só sabe agredir e não tem propostas. A senhora tem feito campanha baixa, apócrifa, que poderia chegar aos meus filhos.”

Da Redação