Jornal Tiempo Argentino denuncia impunidade oito anos após ataque à sua redação durante goveno Macri

Brasil de Fato

Oito anos após o brutal ataque à redação do jornal Tiempo Argentino durante o governo de Mauricio Macri, a cooperativa de trabalhadores exige o fim da impunidade por um dos atos mais graves em termos de liberdade de expressão desde o retorno da democracia argentina, em 1984. 

Nas primeiras horas do dia 4 de julho de 2016, uma multidão liderada pelo suposto empresário Mariano Martínez Rojas invadiu a redação – então localizada no bairro de Palermo, em Buenos Aires – e quebrou tudo o que estava em seu caminho, interrompeu os canais de comunicação desse meio de comunicação nacional recuperado por seus trabalhadores e espancou as pessoas que estavam no prédio.

“Em 2016, os escritórios do Tiempo Argentino foram violados por uma gangue de bandidos que, desde o primeiro minuto em que entraram no prédio, começaram a destruir nossas ferramentas de trabalho. O objetivo era claro: impedir-nos de sair”, diz Malena Winner, atual presidente da cooperativa e uma das fundadoras dessa experiência coletiva de jornalismo.

O caso está no tribunal, aguardando o início do julgamento no qual Martínez Rojas, Juan Carlos Blander, como recrutador do grupo, e outros 13 suspeitos estão sendo julgados pela destruição do jornal e da Radio América. “Ainda exigimos que esse episódio violento não fique impune”, diz a declaração da cooperativa.

Jornal mantido por trabalhadores

Em março deste ano, o Brasil de Fato iniciou colaboração com o jornal Tiempo Argentino, publicação de alcance nacional e mantida por uma cooperativa de trabalhadores na Argentina desde 2016.

Em 19 de abril de 2016, os trabalhadores do Tiempo decidiram criar a cooperativa depois que a empresa foi esvaziada por Sergio Bartolomé Szpolski e Matías Garfunkel, que hoje, junto com o Sipreba, ainda exigem que os patrões cumpram suas responsabilidades. 

Desde então, a cooperativa conseguiu posicionar a mídia como uma referência autogerida em nível local e internacional. Hoje, a organização de mídia emprega 85 pessoas que produzem um jornal impresso todos os domingos, um site de notícias todos os dias, um programa de rádio todos os sábados na AM530 e conteúdo audiovisual em várias plataformas.

Da Redação