Altino Prazeres (PSTU) quer rever privatizações na saúde e educação e propõe políticas de acolhimento a usuários de drogas

Brasil de Fato

Altino Prazeres Jr. (PSTU) foi o primeiro candidato à prefeitura de São Paulo entrevistado no ciclo de sabatinas do Brasil de Fato, nesta terça-feira (27). Esta é a quarta eleição do candidato, que concorreu ao cargo de prefeito por duas vezes e a governador de São Paulo em 2022.

Militante sindical e metroviário há 29 anos, Altino foi presidente do sindicato da categoria e chegou a ser demitido após se manifestar contra a privatização do Metrô, mas foi reintegrado à empresa por decisão judicial. Crítico à participação de empresas privadas no fornecimento de serviços essenciais à população, Altino faz desse tema o destaque das suas campanhas.

“Parte do custo muito alto do transporte, inclusive dos ônibus de São Paulo, tem a ver com a lucratividade das empresas. Nossa proposta é: primeiro estatiza todo o sistema de transporte”, diz. O candidato sugere que, com a estatização do transporte público municipal, é possível estabelecer a tarifa zero todos os dias. “É uma estimativa que a tarifa zero em São Paulo custe R$ 10 bilhões e que hoje a prefeitura não tem as condições financeiras necessárias para isso”, diz. Na avaliação de Altino, o fim do subsídio às empresas possibilitaria economia aos cofres públicos, permitindo maior benefício aos usuários de transporte coletivo.

As críticas às privatizações se estenderam ao Serviço Funerário Municipal e à Sabesp, ambos privatizados recentemente. “Então, a primeira coisa que a gente tem que fazer é dizer que nós não temos acordo e fazer um processo de mobilização na cidade de São Paulo contra a privatização da Sabesp”, ressalta. No âmbito das privatizações, o candidato vai além e propõe encerramento de todos os processos de terceirização, como as creches conveniadas e as Organizações Sociais (OS) na saúde.  

“Hoje os sindicatos médicos dizem que mais ou menos 80% da saúde de São Paulo está terceirizada ou privatizada”, ressalta o candidato. “Se eu paro de dar dinheiro para as empresas que estão por trás, eu contrataria funcionários melhor remunerados”, propõe.

Drogas e aborto legal

“Temos que encarar as pessoas que estão numa situação de vício primeiro como seres humanos que estão envolvidos num grave problema”, ressaltou o candidato, sobre o tema da Cracolândia. Ele propõe aumentar a contratação de assistentes sociais para ampliar o atendimento dos usuários e ressalta a importância da legalização das drogas como um caminho para lidar com o problema. “Nós precisamos legalizar”, ressaltou, sem detalhar as propostas nesse sentido.

Por fim, o candidato se posicionou favorável ao aborto legal e seguro, acompanhado de políticas de educação sexual. “Uma educação sexual para que as pessoas possam ter métodos contraceptivos. E parte desse processo é o aborto legal”, diz.

Na quinta-feira (29), Ricardo Senese, será o entrevistado, no mesmo horário, às 13h30. No 4 de setembro, uma quarta-feira, será a vez do candidato Guilherme Boulos (Psol). As conversas serão transmitidas ao vivo nos canais do Youtube do Brasil de Fato e TVT e ficarão disponíveis nessas plataformas após a transmissão. O conteúdo também pode ser acessado no podcast Três por Quatro, em todas as plataformas de streaming.

Assista abaixo a íntegra da sabatina com Altino Prazeres, que está disponível nos canais do Youtube do Brasil de Fato e da Rede TVT.

Da Redação