Projeto do governo flexibiliza política de conteúdo local em contratos de petróleo

Projeto do governo flexibiliza política de conteúdo local em contratos de petróleo

Da Agência Câmara de Notícias

André Ribeiro/Agência Petrobras
Conteúdo local é usado para ampliar a participação de equipamentos e serviços nacionais

O Projeto de Lei 3337/24, do Poder Executivo, permite a transferência do excedente do índice mínimo de conteúdo local entre contratos de exploração e produção de petróleo e de gás natural. A política de conteúdo local é um instrumento usado para ampliar a participação de equipamentos e serviços nacionais na cadeia produtiva de petróleo e gás. A proposta está em análise na Câmara dos Deputados.

Com o projeto, se um consórcio petrolífero superar o índice mínimo obrigatório de compra de produtos brasileiros, o excedente percentual poderá ser repassado, em valor monetário, a outra operação que esteja abaixo desse mínimo.

Por exemplo, se o índice de conteúdo nacional do contrato for 20%, mas o consórcio alcançou 30%, a diferença (10 pontos percentuais) poderá ser transferida.

Regras
Para dar execução à medida, o projeto prevê as seguintes regras:

  • a medida beneficia os contratos de concessão ou partilha de produção;
  • a transferência de excedentes será restrita a contratos com pelo menos uma empresa consorciada coincidente;
  • o repasse do excedente será solicitado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelas empresas;
  • a transferência poderá ser total ou parcial, a critério das empresas;
  • não será permitido o aproveitamento de excedentes para fases já encerradas.

O governo afirma que a proposta visa estimular as contratações nacionais em níveis superiores aos exigidos atualmente das empresas que operam no setor de exploração e produção de óleo e gás, visando alavancar a indústria brasileira.

A ANP já permitiu, no passado, a transferência de excedente de conteúdo local em rodadas de licitação de blocos exploratórios. A medida, no entanto, ficou restrita a fases subsequentes de um mesmo contrato (por exemplo, da fase de exploração para a de desenvolvimento da produção).

Próximos passos
O projeto está em análise em regime de urgência constitucional, o que permite sua votação diretamente no Plenário. Para se tornar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara do Deputados e pelo Senado Federal.

Source: camara.leg.br

Da Redação