Feira do Livro de Porto Alegre chega à 70ª edição com título de maior evento a céu do tipo na América Latina

Brasil de Fato

“Sete décadas de uma feira representa muito mais do que um evento anual. É uma longevidade que reflete todo o legado da promoção da cultura, da educação, do crescimento comunitário, que poucas outras iniciativas podem chegar”.

A afirmação é do presidente da Câmara Rio Grandense do Livro, Maximiliano Ledur, responsável pela realização da Feira do Livro de Porto Alegre, que estreia, nesta sexta-feira (1º), sua 70ª edição, no local que há sete décadas abraça o evento, a Praça da Alfândega. Este ano a Feira acontecerá até 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra

Considerada a maior feira do livro a céu aberto da América Latina, foi idealizada pelo jornalista Say Marques, na época diretor-secretário do Diário de Notícias, e inaugurada em 1955 por iniciativa de livreiros e editores gaúchos. Contava, em sua primeira edição, com apenas 14 expositores. Este ano serão 72 bancas, 62 localizadas na área geral e 10 na área infantil e juvenil.

Se em 2020, em sua 66ª edição, a Feira fez história ao nomear o escritor Jeferson Tenório como primeiro patrono negro, em meio a pandemia, a atual edição traz pela primeira vez uma curadoria de literatura e cultura negra, sob a responsabilidade da escritora Lilian Rocha. “A curadoria em Literatura e Cultura Negras é uma novidade bem importante para a Feira do Livro, pois teremos um olhar especial da Lilian, principalmente, para novos autores que estão buscando o seu espaço dentro de um evento como a Feira do Livro de Porto Alegre”, ressalta Ledur. 

Além do ineditismo da curadoria, o presidente pontua que a programação como um todo está cheia de novidades, com muitos nomes importantes no cenário literário. Nesta edição, quase 2.000 autores devem passar pela Praça da Alfândega, vão ser mais de 700 sessões de autógrafos individuais ou coletivas. Na área infantil e juvenil, são 45 escritores nacionais e 44 gaúchos. Já na programação para os adultos, serão 270 escritores gaúchos, 29 nacionais e 13 autores internacionais.

Literatura como agente da reconstrução 

“A cada ano a Feira do Livro tem uma importância e, neste ano, ela é um símbolo tanto da cidade como do estado, e até do país. É a retomada de um setor fortemente atingido pela enchente de maio. E é essencial para a cultura e para a economia”, afirma Ledur. 

Segundo o presidente, a realização da Feira do Livro este ano é fruto de um grande esforço de todo o setor e da Câmara Rio-Grandense do Livro. “Os livreiros foram duramente atingidos pela enchente. Foram mais de 24 empresas do setor que perderam muito material, sem contar o tempo que ficaram sem poder trabalhar. A própria Praça da Alfândega ficou mais de 20 dias embaixo d’água, então tínhamos muitas incertezas”. 

Neste contexto, prossegue o dirigente, o esforço, além da campanha de arrecadação de livros e de valores para ajudar o setor, é viabilizar para que a Feira ocorra da melhor forma possível para ajudar o setor livreiro nessa retomada. “Dar o start na recuperação de muitas empresas que estão esperando a Feira do Livro para começar um novo ciclo e marcar esses 70 anos”.

Para Ledur, em um momento pelo qual passou o estado com as enchentes, o papel da literatura é muito simbólico e profundo. “Traz à luz uma esperança e também é uma forma de refúgio, um mecanismo de reflexão. A leitura traz conforto, traz momentos de desconexão a toda a catástrofe, ajuda as pessoas não se sentirem isoladas”. 

Além disso, continua, um dos papéis principais da literatura é preservar a história, a memória e documentar tudo que ocorreu no meio dessa tragédia. Com isso garantindo para as próximas gerações o conhecimento de tudo o que aconteceu para que se aprenda com essas experiências. “Nesse sentido, o papel da literatura é fundamental para a reconstrução. São momentos em que a sociedade precisa de força e resiliência, e, ao mesmo tempo, busca na história essa inspiração e suporte”.

Por fim, Ledur convida a todos a participarem da Feira do Livro, dos eventos, das sessões de autógrafos. “A feira vai estará aberta do dia 1º ao dia 20 de novembro, das 10h às 20h, com muitas atividades para todos os gostos, todas as idades. Vão ser 20 dias de muitas atividades, então se programe para participar, faça a sua agenda com as programações preferidas e prestigie esse grande momento de recuperação do setor livreiro”.

Pela primeira vez, o Brasil de Fato RS terá um estúdio na Feira do Livro de Porto Alegre. Uma iniciativa da Associação Riograndense de Imprensa, em parceria com a Câmara Riograndense do Livro, viabilizou a estrutura do Estúdio do Livro, que será compartilhado pelo Brasil de Fato, Grupo Radioweb, Rádio Band News, Vale TV, Rádio A Hora, Sinca TV e Rádio União. Ele está montado na região central da Praça da Alfândega e funcionará das 10h às 19h.

A programação completa da feira pode ser conferida neste link ou através do Instagram da Feira.

Da Redação