Mais 218 brasileiros deixaram o Líbano em avião da FAB nesta quarta-feira (9)

Brasil de Fato

O terceiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com brasileiros repatriados do Líbano decolou de Beirute nesta quarta-feira (9), por volta das 13h15 (horário de Brasília), com 218 passageiros e cinco animais de estimação. O pouso na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, está previsto para esta quinta-feira (10), em torno das 7h30 da manhã, segundo o Palácio do Planalto. Antes, a aeronave KC-30 faz uma parada técnica em Lisboa, Portugal.   

Com isso, já são 674 brasileiros e familiares resgatados do país, que segue sendo bombardeado pelas forças militares de Israel. Os ataques mataram mais duas mil pessoas. Cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano. 

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da TV Brasil, nesta quarta-feira (9), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que a operação Raízes do Cedro deve resgatar cerca de 3 mil pessoas, o que seria a maior operação de repatriação realizada pela FAB. Segundo o chanceler, a Embaixada do Brasil em Beirute está em permanente contato com os brasileiros que moram no país para monitorar a situação e viabilizar o retorno ao Brasil em segurança.

“Há um contato constante, um diálogo entre a embaixada e a comunidade brasileira. Um sistema por e-mail, WhatsApp, grupos que reúnem os brasileiros na região”, declarou o diplomata.  

O Itamaraty afirma que tem priorizado mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano nesses primeiros voos realizados. E tem orientado as pessoas com condições financeiras a voltarem ao Brasil por conta própria. Entretanto, as poucas empresas que seguem operando no país estão cobrando cerca de cinco vezes o valor normal de uma passagem para o Brasil, segundo informam brasileiros residentes no país.   

Na semana passada, o Itamaraty informou que a FAB teria capacidade para realizar dois voos semanais, com uma média de 500 brasileiros resgatados por semana. Caso se confirme o número de 3 mil interessados em retornar ao país, o processo de repatriação só deve ser concluído na primeira semana de novembro.  

“É uma operação de grande vulto. Será maior do que foi a operação na Palestina, na Faixa de Gaza, em Israel no ano passado. As projeções e expectativas são maiores”, afirmou Vieira.

Doações 

Além de trazer os brasileiros e seus familiares do Líbano, a Operação Raízes do Cedro tem levado doações de insumos médicos, roupas e outros donativos. O chanceler Mauro Vieira explicou que, no primeiro voo, foram enviadas 10 toneladas de insumos médicos, entre os quais 491 quilos de medicamentos, 20 mil seringas com agulhas e 4 mil agulhas individuais, doados pela comunidade libanesa no Brasil. “É muito importante, muito relevante, é uma prova da solidariedade e da comunidade brasileira descendente de libaneses e da sociedade brasileira como um todo”, declarou o diplomata. 

A Operação Raízes do Cedro, realizada em conjunto pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após Israel iniciar uma série de ataques ao território libanês, no começo de setembro, sob o argumento de combater o grupo Hezbollah, movimento político-militar que atua sobretudo no sul do país, e quem tem se solidarizado com os palestinos diante do massacre provocado por Israel em Gaza

Da Redação