Ataque israelense mata dois em bases no Irã; Estados Unidos defendem e região condena operação militar

Brasil de Fato

Militares israelenses lançaram ataques contra bases militares no Irã na noite de sexta-feira (25), atingindo cerca de 20 locais nas regiões de Ilam, Khuzestan e Teerã. O exército iraniano confirmou que dois soldados foram mortos e que os ataques causaram “danos limitados”.

Eles ainda afirmaram que a “ação agressiva foi interceptada e combatida com sucesso pelo sistema integrado de defesa aérea do país“. O Ministério das Relações Exteriores disse que o Irã está agora “no direito e obrigado a se defender contra atos agressivos externos”.

As Forças Armadas israelenses anunciaram que a operação foi concluída, e o porta-voz militar Daniel Hagari disse que se o Irã realizar ataques retaliatórios, Israel será “obrigado a responder”.

Reações ocidentais: apoio a Israel

Maior aliado e financiador israelense, os Estados Unidos disseram que sabiam do ataque, o apoiaram e justificaram. A administração democrata de Joe Biden afirmou ainda esperar que o Irã não o responda. “Pedimos ao Irã que cesse seus ataques a Israel para que este ciclo de luta possa terminar sem mais escalada”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Sean Savett.

“A resposta deles foi um exercício de autodefesa, evitou especificamente áreas povoadas e focou apenas em alvos militares, ao contrário do ataque do Irã contra Israel que teve como alvo a cidade mais populosa de Israel”, acrescentou. Ele disse que o país sabia mas não participou da operação e que seu objetivo seria “acelerar a diplomacia e diminuir as tensões na região do Oriente Médio”.

O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, postou no X que o secretário de Defesa Lloyd Austin falou com seu colega israelense Yoav Gallant e “reafirmou o firme compromisso dos EUA com a segurança de Israel e o direito à autodefesa”.

Já o governo britânico, do premiê trabalhista Keir Starmer também disse que o Irã não deve responder a uma onda de ataques israelenses. “Estou certo de que Israel tem o direito de se defender contra a agressão iraniana. Estou igualmente certo de que precisamos evitar uma escalada regional maior e pedir a todos os lados que mostrem contenção. O Irã não deve responder”.

Reações no Oriente Médio: agressão condenada

O ataque foi uma “violação flagrante da soberania do Irã e uma clara violação do direito internacional”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Catar. A pasta expressou “profunda preocupação com as sérias repercussões que podem resultar dessa escalada” e instou todas as partes “a exercerem contenção, resolver disputas por meio do diálogo e meios pacíficos e evitar qualquer coisa que possa desestabilizar a segurança e a estabilidade na região”.

O ministério reiterou um apelo para que a comunidade internacional intensifique os esforços visando a desescalada e “acabar com o sofrimento dos povos da região, particularmente em Gaza e no Líbano”.

No Egito, a chancelaria disse que o país estava “acompanhando com grande preocupação a escalada acelerada no Oriente Médio, a mais recente das quais foi o ataque israelense ao Irã esta manhã, e condena todas as ações que ameacem a segurança e a estabilidade da região”.

“O Egito enfatiza sua posição de que um cessar-fogo na Faixa de Gaza deve ser alcançado rapidamente dentro da estrutura de um acordo por meio do qual os reféns são libertados, visto que é a única maneira de desescalada”.

A Arábia Saudita condenou o ataque de Israel como “violação de sua soberania” e leis internacionais. “O Reino afirma sua posição firme em sua rejeição à escalada contínua na região e à expansão do conflito que ameaça a segurança e a estabilidade dos países e povos da região”, disse a chancelaria saudita. Os dois países vinham se reaproximando desde o último ano após décadas de hostilidades.  

O porta-voz do governo iraquiano condenou os ataques e “o silêncio da comunidade internacional” sobre Israel. A ação foi condenada também por diversos governos de países de maioria muçulmana e o pelo grupo palestino Hamas. 

*Com AFP, Al Jazeera, Guardian e Haaretz

 

Da Redação