Luiza Erundina: ‘Soberano é o povo que vai escolher o futuro dessa cidade’
Brasil de Fato
Prestes a completar 90 anos de idade, Luiza Erundina (Psol-SP) voltou a se envolver na disputa por São Paulo (SP), depois de 35 anos de ter sido eleita prefeita da capital paulista. Deputada federal há sete mandatos consecutivos, a parlamentar participou do último dia de campanha, subindo na “caravana” do candidato Guilherme Boulos (Psol) pela Avenida Paulista e rua Augusta neste sábado (26).
“A vitória do povo é a coisa mais importante, é o povo que tem poder, pelo voto democrático e soberano. Quem é soberano é o povo, não é o candidato ou candidata. Soberano é o povo que vai escolher o futuro dessa cidade, que terá que governar com o povo”, afirmou ao Brasil de Fato sobre a motivação de estar envolvida em mais um pleito municipal.
Erundina participou do ato inteiro, de pé, ao lado de ministros do governo Lula, como Marina Silva, do Meio Ambiente, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Reforma Agrária. Além da também ex-prefeita e candidata a vice na chapa, Marta Suplicy.
No final de novembro, Luiza Erundina completará 90 anos. Em junho passado a parlamentar passou mal durante um debate de projeto de lei na Câmara dos Deputados e chegou a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília (DF). Foram quatro dias em observação até receber alta e voltar as atividades normais de deputada.
Erundina é a parlamentar mais velha em atividade na Câmera e atualmente é integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minoria (CDHM) da Casa.
Durante o ato deste sábado, o deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP) usou a trajetória de Erundina para insuflar os manifestantes que desciam a rua Augusta, ao lado do carro de Guilherme Boulos.
“Em 1988, na quinta-feira pré-eleição, nós estávamos nesta mesma rua acreditando numa virada. E ela veio.”
Luiza Erundina foi eleita naquele ano em uma eleição de turno único, com 36% dos votos superando Paulo Maluf, então pelo PDS, que somou 30%.
À época filiada pelo PT, a primeira mulher prefeita de São Paulo compôs seu secretariado com figuras históricas, como Paulo Freire para comandar a pasta da educação. Também participaram do governo Marilena Chauí, Hélio Bicudo, Ermínia Maricato e Paul Singer.