Moraes determina formalização de pedido de extradição de Carla Zambelli

Moraes determina formalização de pedido de extradição de Carla Zambelli

Ministro do STF solicita que Ministério da Justiça formalize extradição da deputada licenciada, que teve mandato cassado e deixou o país.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um novo passo no caso envolvendo a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Moraes solicitou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública formalize o pedido de extradição da parlamentar, que se encontra fora do Brasil. Além disso, determinou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), seja notificado sobre a cassação do mandato de Zambelli.

Entenda o caso

A decisão de Moraes visa dar andamento ao processo de extradição de Carla Zambelli, que foi condenada a dez anos de prisão e à perda de mandato por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A condenação, unânime na Primeira Turma do STF, baseou-se na denúncia de que Zambelli teria contratado o hacker Walter Delgatti Neto para inserir um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes.

Na última semana, a Primeira Turma do STF rejeitou os recursos apresentados por Zambelli e Delgatti Neto. Moraes, relator do caso, argumentou que os recursos não preenchiam os requisitos legais, caracterizando-se como “mero inconformismo com a decisão condenatória”.

Fuga e desdobramentos

Mesmo sem um mandado de prisão ativo, a deputada deixou o Brasil com seu passaporte. Essa saída motivou o ministro Moraes a acatar o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e decretar a prisão preventiva de Zambelli. Após a fuga, o advogado que a representava no caso, Daniel Bialski, optou por deixar a defesa, alegando “motivo de foro íntimo” e informando que foi apenas comunicado pela deputada sobre sua saída do país para dar continuidade a um tratamento de saúde.

Situação na Câmara dos Deputados

Com o pedido de licença de Zambelli por 127 dias para tratar de “interesse particular” (sendo 7 dias para tratamento de saúde e 120 para assuntos particulares), o presidente da Câmara, Hugo Motta, cumpriu a determinação do STF de bloquear o salário da parlamentar. Motta ressaltou a ausência de precedentes para casos como o de Zambelli no regimento interno da Casa, que permite afastamento sem remuneração por até 120 dias, após o qual o suplente assume o cargo.

Durante a licença de Zambelli, o Coronel Tadeu (PL-SP) assume o posto. Em relação ao pedido de prisão, a Câmara sinalizou que não deve analisar a questão, informando que “não foi notificada acerca dos demais itens da decisão, motivo pelo qual não há outras providências a serem tomadas até o momento”. A interpretação é que, como Zambelli está foragida, não há o que deliberar.

Da Redação

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