Trabalhista promete ‘mudança e renovação’ após vitória esmagadora nas eleições britânicas; premiê conservador renuncia

Brasil de Fato

O líder trabalhista britânico, Keir Starmer, foi oficialmente nomeado primeiro-ministro pelo rei Charles III, nesta sexta-feira (5), após a vitória esmagadora do seu partido nas eleições legislativas, de acordo com uma imagem do seu encontro publicada pelo Palácio de Buckingham. 

Acompanhado da esposa Victoria, o ex-advogado de direitos humanos, de 61 anos, que entrou na política há apenas nove anos, foi recebido durante cerca de meia hora no Palácio de Buckingham.

A vitória esmagadora dos trabalhistas nas eleições britânicas iniciará uma etapa de “mudança e renovação nacional”, afirmou nesta sexta-feira (5) o líder do partido, Keir Starmer, que será o próximo primeiro-ministro do país, após 14 anos de governos conservadores.

“Os eleitores se expressaram e estão prontos para a mudança, para pôr um fim à política de espetáculo e voltar à política como um serviço à cidadania”, declarou o líder trabalhista Starmer, de 61 anos, em um discurso após sua reeleição como deputado em sua circunscrição do norte de Londres.

“Hoje iniciamos um novo capítulo, iniciamos este esforço de mudança, esta missão de renovação nacional, e começamos a reconstruir nosso país”, acrescentou o líder trabalhista, que dará os primeiros passos no cenário internacional na próxima semana, em uma reunião de cúpula da Otan em Washington.

Starmer e os trabalhistas conquistaram 409 das 650 cadeiras na Câmara dos Comuns, segundo os resultados atualizados divulgados na manhã desta sexta-feira. Oito circunscrições ainda não concluíram a apuração dos votos.

Após derrota histórica, conservador renuncia

O atual primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou nesta sexta-feira (5) sua renúncia ao posto de líder do Partido Conservador após a derrota para os trabalhistas nas eleições legislativas. 

“Após este resultado, deixarei o cargo de líder do partido, não de maneira imediata, e sim quando tudo estiver em ordem para a designação do meu sucessor”, afirmou, antes de deixar Downing Street e de apresentar sua renúncia ao rei Charles III.

Os conservadores de seu partido conquistaram 119 cadeiras, seu pior resultado eleitoral desde a fundação do partido em 1834, abaixo dos 156 deputados registrados em 1906, que era a pior marca até agora.  O Partido Conservador, mergulhado em conflitos internos e em profunda crise, esteva no poder desde maio de 2010, primeiro com David Cameron como primeiro-ministro, seguido por Theresa May e depois Johnson.

O Brexit em 2020 e suas consequências para a economia britânica, a pandemia de covid-19, o aumento do custo de vida e as críticas ao funcionamento do serviço de saúde, com longas listas de espera, acabaram cobrando seu preço dos conservadores.

Se Sunak conseguiu confirmar sua cadeira no Parlamento, isto não aconteceu com outros nomes influentes do Partido Conservador, como a sua antecessora no cargo de chefe de Governo, Liz Truss, ou os ministros da Defesa, Grant Shapps, e da Cultura, Lucy Frazer.

O líder conservador deixa o cargo menos de dois anos depois de ter sido nomeado primeiro-ministro, em outubro de 2022, quando assumiu após um mandato desastroso no aspecto econômico, de apenas 49 dias, de Truss, que havia substituído no cargo Boris Johnson, envolvido em um escândalo de festas na residência oficial durante a pandemia de covid-19.

O partido de extrema direita Reform UK, do polêmico Nigel Farage, um dos grandes incentivadores do Brexit, conseguiu entrar no Parlamento, com quatro cadeiras até o momento.

“A revolta contra o ‘establishment’ está em andamento”, declarou Farage, 60 anos, na rede social X. Ele conseguiu entrar para o Parlamento britânico em sua oitava tentativa.

*Com AFP

 

Da Redação