Delegação olímpica palestina é recebida por multidão em Paris 

Brasil de Fato

A delegação olímpica palestina que chegou na manhã desta quinta-feira (25) em Paris para os Jogos Olímpicos foi recebida por uma multidão de cerca de cem pessoas. Aos gritos de “Palestina Livre”, eles receberam os oito atletas carregando lenços e bandeiras palestinas e tâmaras nas mãos, a fruta símbolo do povo.

Apenas alguns dos atletas se classificaram e a maioria foi convidada pelo Comitê Olímpico Internacional. Os palestinos vão competir em boxe, taekwondo, tiro e natação, mas para eles ganhar medalhas não é o principal. 

“Hoje, a Palestina envia uma mensagem ao mundo: a necessidade de acabar com o genocídio contra nosso povo na Faixa de Gaza, de acabar com a ocupação e o regime de apartheid nos territórios palestinos ocupados”, disse o representante da Autoridade Palestina na França, Hala Abu Hasira à AFP.

Para a agência Reuters, o nadador Yazan Al Bawwab  disse que chegar à capital francesa já é vitória. 

“O fato de as pessoas não quererem que estejamos aqui, não querem que pratiquemos esportes. Eles não querem que existamos. As pessoas não querem que os palestinos existam. Eles olham para a bandeira e não a querem. Então estar aqui é uma vitória”, disse Al Bawwab, que será o porta-bandeira do time durante a cerimônia de abertura.

Os Jogos ocorrem em meio a pedidos de exclusão de Israel, por não respeitar a trégua olímpica.

“O Comitê Olímpico Israelense perdeu seus direitos morais, esportivos, humanitários e legais de participar ao incentivar e, em alguns casos, participar da guerra, do genocídio e da limpeza étnica em curso em Gaza”, disse o presidente do comitê palestino, Yibril Rayub.

“Do ponto de vista psicológico, humanitário e moral, é impossível” para os atletas palestinos coincidirem com os israelenses durante as provas, acrescentou o veterano político palestino. Nós somos as vítimas e eles são os criminosos”.

O Comitê Olímpico Palestino diz que 300 atletas, funcionários e voluntários do mundo do esporte já foram mortos na Faixa de Gaza por Israel desde 7 de outubro.
 

Da Redação