Conheça a Roliúde Nordestina, a pequena cidade paraibana com mais de 50 filmes gravados

Brasil de Fato

No sertão do Cariri, na Paraíba, o Bem Viver, programa do Brasil de Fato, foi conhecer a ilustre cidade de Cabaceiras, palco de mais de 50 filmes gravados em toda a história do cinema nacional. Das aventuras de Chico e João Grilo, em O Auto da Compadecida, à ação e adrenalina de Cangaço Novo, a cidade guarda uma infinidade de histórias de quem participou das gravações na conhecida Roliúde Nordestina.

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O título que abrasileira “Hollywood”, a capital do cinema estadunidense, surgiu após o sucesso de O Auto da Compadecida, adaptação da peça de Ariano Suassuna para o cinema. Com direção de Guel Arraes, em 1999, a obra fez Cabaceiras ganhar o mundo. É para reencontrar os cenários de gravação das aventuras da dupla protagonista interpretada por Selton Mello e Matheus Nachtergaele que boa parte dos turistas chegam à cidade.

A igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, a cadeia, a padaria, tudo é motivo para fotos e recordações. Nascido e criado em Cabaceiras, Manoel Batista de Lima foi um dos 20 cangaceiros a invadir a cidade no filme. E até hoje sai às ruas refazendo as cenas com uma réplica da roupa que vestiu na época das filmagens. 

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“Dá muito turista mesmo. Foi muito bom. Cabaceiras cresceu muito mais por causa desses filmes”, conta ele. A produção cinematográfica da “cidade cenário”, como diz o slogan do município, começou a partir da década de 1920. 

“Cabaceiras é uma cidade histórica da Paraíba. Está entre as primeiras cidades e, sobretudo, é o núcleo de colonização de quase todo o interior da Paraíba a partir dos rios Taperoá e Paraíba”, explica o guia cultural local Cleitinho Mendes.

“A relação com o cinema vem desde 1920, quando se faz um vídeo institucional, um documentário, para retratar a Paraíba do ponto de vista histórico, cultural e geográfico, e Cabaceiras já entra nessa rota. Mas o cinema mesmo só vem ter um impacto na cidade a partir da década de 1990, com o Alto da Compadecida, lançado como minissérie e, logo depois, como filme”, conta ele.

Clima propício

Cinema, aspirinas e urubus (2005), A pedra do reino (2007), a novela Cordel Encantado (2011), Entre irmãs (2017), e a série Onde nascem os fortes (2018) estão entre outras produções gravadas por lá.

Para a guia do museu da cidade Maria Sandreli, uma das explicações para tantos filmes é sua localização geográfica e suas condições naturais. Isso porque a cidade é considerada a que menos chove no Brasil

“A gente passa mais tempo com iluminação solar, isso economiza porque, quanto mais luz, fica mais bonito e aí não vai gastar”, diz. Mas não é só isso. Na equação do sucesso da cidade, o povo é fundamental. “Somos um povo muito acolhedor. Se fosse por conta da luz e da paisagem, tem outros lugares que são assim, mas não faz tanto sucesso”, conta a guia, que já participou de diversas produções como figurante.

A cerca de 13 km do centro histórico de Cabaceiras, está o Lajedo do Pai Mateus, onde Gilberto Gil encontrou Dominguinhos e Marines, em 2002, para gravar o documentário Viva São João!. O lajedo é uma elevação rochosa com cerca de 1,5 km de extensão, onde mais de 100 pedras arredondadas se equilibram. Terra também dos milagrosos cactos facheiros, famosos por fazer chover no sertão. 

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As desventuras dos irmãos Dinorah, Dilvânia e Ubaldo Vaqueiro na série Cangaço Novo também tem cenas gravadas por lá, embora a trama da Amazon se passe na fictícia Cratará, no sertão do Ceará.

Mas a relação entre o cinema e a cidade não vive só de amores, e apresenta algumas falhas, segundo os moradores. Entre elas, que as produções façam o mínimo, como voltar à cidade para mostrar o filme após ficar pronto. 

“As pessoas gostaram mais de Cangaço Novo, por exemplo, porque é um filme parece ser mais contemporâneo. E o cinema nacional não tem retratado o Nordeste contemporâneo”, analisa Cleitinho. “As pessoas que moram na região ainda não se sentem representadas no cinema, no sentido de estar aparecendo como de fato é, seu cotidiano, da própria história do turismo, da caprinocultura, da resistência, do povo, de um bioma, o Semiárido mais habitado do mundo. Tem um outro Nordeste que as pessoas estão vivendo e construindo que é invisibilizado pelo cinema nacional”, pontua.

E tem mais…

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E tem receita no programa com a chef Gema Soto, que ensina uma deliciosa panacota com geleia.

Quando e onde assistir? 

No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui.

Na TVT: sábado às 13h30; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.

Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET. 

Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET. 

Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital. 

Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital. 

Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET. 

TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17. 

Sintonize

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.

O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Da Redação