Estado de emergência em Kursk: 66 feridos em maior ataque ucraniano em solo russo

Brasil de Fato

As Forças Armadas da Ucrânia iniciaram um grande ataque na região russa de Kursk na última terça-feira (6), no que é considerado o maior no território russo desde o início da guerra, em 2022. A maior autoridade da região, Alexey Smirnov, determinou situação de emergência na cidade e disse, no dia seguinte (7), que Kursk “permanece numa situação operacional difícil nas zonas fronteiriças”. 

Já o vice-governador em exercício da região de Kursk, Andrei Belostotsky, declarou que cerca de três mil civis foram evacuados das áreas fronteiriças. Segundo ele, quatro pessoas foram mortas durante a ofensiva ucraniana. 

O Ministério da Saúde da Rússia informou nesta quinta-feira (8) que  66 pessoas ficaram feridas na região de Kursk, incluindo nove crianças como resultado do bombardeio ucraniano.

“De acordo com dados operacionais do Centro Federal de Medicina de Desastres do Ministério da Saúde da Rússia, no período de 6 a 8 de agosto, 66 pessoas, incluindo nove crianças, ficaram feridas como resultado do bombardeio da região de Kursk pelas forças armadas de Ucrânia”, disse o ministro Mikhail Murashko.

Segundo o canal de Telegram Rybar, que monitora as ações militares no campo de batalha da guerra da Ucrânia, a cidade de Sudzha, na região de Kursk, está “quase completamente sob o controle das Forças Armadas da Ucrânia”.

O Ministério da Defesa russo, por sua vez, afirma que as tropas russas estão “impedindo tentativas de avanço” das Forças Armadas da Ucrânia. “Estão sendo realizados ataques de fogo contra concentrações identificadas de pessoal e equipamentos das Forças Armadas da Ucrânia. As tentativas de unidades individuais de invadir o território na direção de Kursk estão sendo interrompidas”, diz o Ministério da Defesa russo. 

Segundo a pasta, em um dia as Forças Armadas da Ucrânia perderam até 400 militares e 32 veículos blindados, incluindo um tanque. Em três dias de combates, os russos dizem que as perdas ucranianas são de 660 militares e 82 veículos blindados, incluindo oito tanques.

Na primeira declaração oficial após o início do ataque ucraniano, o assessor do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Mikhail Podolyak, disse que a Rússia “exige hipocritamente a inviolabilidade” do seu território.

“A Rússia tem consistentemente acreditado que as normas legais proibitivas não se aplicam a ela e, portanto, pode atacar os territórios dos países vizinhos com impunidade e exigir hipocritamente…a inviolabilidade dos seus territórios. Mas a guerra é uma guerra que tem regras próprias e na qual o agressor sempre colhe as recompensas correspondentes”, disse Podolyak, sem mencionar diretamente Kursk. 

Da Redação