Percentual de idosos que usam internet mais do que dobra em oito anos, diz IBGE

Brasil de Fato

O percentual de idosos que usam a internet subiu de 24,7% em 2016 para 66% em 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O grupo etário com maior proporção de usuários de internet é o de 25 a 29 anos, com 96,3%.

Segundo o relatório da pesquisa, ainda que o uso da internet permaneça menor entre a população idosa, a acelerada expansão de usuários nesse grupo é significativa e se deve, “entre outros fatores, pela evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação no cotidiano da sociedade”. 

O aumento do percentual de pessoas que utilizaram a internet entre 2019 e 2023 foi maior no grupo etário de 60 anos ou mais, seguido pelo grupo de 50 a 59 anos, com alta de 13,6%. 

Considerando toda a população brasileira acima dos 10 anos, o percentual de usuários da internet tem aumentado progressivamente: saltou de 66,1% em 2016, passando para 79,5% em 2019, e chegando a 88%, em 2023. 

Desigualdades diminuem

Em todo o país, o Centro-Oeste reúne o maior percentual de usuários da Internet (91,4%); Nordeste (84,2%) e Norte (85,3%) têm os menores. Ainda assim, Norte e Nordeste cresceram 15,3% e 14,2% de 2019 e 2023, alta bastante acima da verificado entre as demais regiões. “Observa-se, portanto, uma redução das disparidades regionais quanto ao acesso à internet”, analisa o estudo.

A diferença por cor e raça também diminuiu. Em 2023, o percentual de pessoas declaradas brancas que utilizaram a Internet foi de 89,5%, um pouco acima do estimado para aquelas de cor ou raça preta (87,6%) e parda (86,8%). Sete anos antes, 72,6% das pessoas brancas, 63,9% das pretas e 60,3% das pardas usavam a Internet.

O crescimento do uso tem aumentado mais nas áreas rurais, reduzindo a diferença em relação às áreas urbanas. A diferença, superior a 40% em 2016, caiu para 13,1% há um ano.

Diferenças que permanecem

Em relação aos diferentes graus de escolaridade, as desigualdades continuam significativas. Entre as pessoas sem instrução, 44,4% acessaram a internet, enquanto aquelas com ensino superior incompleto somam 98,3% e com superior completo, 97,6%, no ano passado.

Na rede privada de ensino, eram 97,6% dos estudantes com acesso à rede mundial de computadores. Já na rede pública, 89,1% dos alunos utilizaram internet em 2023. O Norte concentra o menor percentual de usuários da internet entre os estudantes (84,7%). Os maiores percentuais foram observados no Sul (94,4%) e no Sudeste (94,1%).

A maioria das pessoas que não usaram internet no ano passado tinha no máximo o fundamental incompleto (75,5%) ou eram idosos (51,6%). Não saber usar é o motivo mais apontado, com 46,3% das respostas. Em seguida, estão a falta de necessidade (25,9%) e razão econômica, com 15%. 

Meios

O celular foi o meio mais utilizado para acessar a internet em 2023 (98,8%). Em segundo lugar está a TV, com 49,8%. Apesar da considerável diferença entre os dois meios, o acesso por meio da televisão vem aumento continuamente desde 2016, quando era o meio de acesso de apenas 11,3% dos usuários da internet.

O percentual de acesso via microcomputador caiu quase pela metade: de 63,2% há sete anos para 34,2% em 2023. O acesso por meio do tablet também apresentou queda acentuada: de 16,4% para 7,6%.
 

Da Redação