Ligue 180: Pernambuco tem média de 439 denúncias de violência contra mulher por mês em 2024

Brasil de Fato

O governo federal divulgou nesta terça-feira (20) os números do Ligue 180 nos sete primeiros meses de 2024. Pernambuco registrou 3.072 denúncias de violência contra a mulher neste canal entre janeiro e julho deste ano. O número aponta para uma média de 438,8 denúncias por mês e 14,6 denúncias por dia no estado. O dado não registra os demais, como os da Polícia Militar (PM).

As mais de 3 mil denúncias resultam num aumento de 37,4% em relação ao mesmo período de 2023. Entre as denúncias registradas no estado, 1.782 (58%) foram realizadas pela própria vítima, enquanto 1.288 (42%) foram denúncias telefônicas feitas por terceiros. Do total de casos em Pernambuco, 1.512 (49,2%) foram de violências cometidas dentro da casa da própria vítima.

As mulheres pretas e pardas são os alvos de 1.780 (57,9%) dos casos de violência denunciados no Ligue 180 em Pernambuco. Sem surpresas, os números mostram que essas mulheres negras são vítimas de seus maridos, companheiros ou ex-companheiros em 1.080 (60,6%) dos casos. A faixa etária com maior incidência de casos no estado é a de mulheres com idades entre 35 e 39 anos, respondendo por 484 (15,7%) dos registros no canal telefônico.

Foram 84,3 mil denúncias em todo o Brasil, o que também representou um aumento – de 33,5% –, inferior ao aumento registrado em Pernambuco. Os homens cometeram 68,6% dos casos de violência denunciados no país.

O Ligue 180 é o número da Central de Atendimento à Mulher do governo federal, pelo qual as pessoas podem fazer denúncias e conhecer outras formas de ajuda às mulheres. É um canal central na estratégia nacional de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil.

O serviço funciona 24 horas por dia, de domingo a domingo, e a ligação é gratuita. Também é possível acionar o Ligue 180 através do Whatsapp, mandando mensagem para o número (61) 99610-0180. 

Além da violência física, no Ligue 180 as mulheres podem obter informações sobre outros tipos de violência de gênero, como estupro, importunação sexual, violência sexual mediante fraude e ainda sobre o crime de stalking.

Mas, como lembra a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, “o Ligue 180 é mais preventivo e colaborativo”. Se a pessoa busca um canal para pedir socorro imediato, o indicado é ligar para a Polícia Militar. “Se você está numa situação de emergência, ligue 190”, alertou a ministra. “Mas muitas vezes o vizinho, a amiga ou a parente não sabe o que fazer diante de uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência”, completa Gonçalves.

Neste mês de agosto, quando se reforça o combate à violência contra a mulher, o Ministério das Mulheres lançou a campanha “Feminicídio Zero: nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada“, marcando os 18 anos da Lei Maria da Penha e também o “Agosto Lilás”.

Da Redação