Ato em Porto Alegre pede fim de contrato entre Exército brasileiro e empresa de Israel

Brasil de Fato

Um protesto em Porto Alegre nesta sexta-feira (23) vai pedir o cancelamento do contrato do Exército brasileiro com a empresa israelense Elbyt Sistems. O ato está sendo organizado pela Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino e pelo Movimento BDS e vai ocorrer às 17h na Praça Montevideo, em frente à Prefeitura, no Centro Histórico.

No final de abril, o Exército brasileiro decidiu comprar 36 viaturas blindadas de combate, conhecidas como obuseiros, produzidas pela Elbit Systems, a maior empresa privada militar israelense, que fabrica drones armados amplamente utilizados nos ataques em Gaza. A compra deve totalizar quase R$ 1 bilhão.

A situação segue em aberto desde que, no início de agosto, o assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim, intercedeu para que a assinatura do contrato fosse suspensa. Agora, as negociações do Ministério da Defesa articulam para que os tanques não sejam importados de Israel, mas construídos na subsidiária da empresa, de nome AEL, localizada no Rio Grande do Sul.

À CNN, Amorim justificou que o aspecto político-diplomático deve ser considerado, não apenas a técnica ou o preço ofertados no processo licitatório vencido pela empresa de Israel. “Depois da ação altamente condenável do Hamas, houve genocídio por parte de Israel em relação aos palestinos e acho complicada essa compra. Primeiro que a decisão da corte internacional recomenda não colaborar com Israel nesse aspecto militar. Além disso, é preciso esperar passar essa instabilidade no conflito com Gaza”, explicou.

Em coluna publicada no Brasil de Fato RS, Claudia Santos, da Frente Gaúcha de Solidariedade ao Povo Palestino, explicou que a mobilização segue para impedir a continuidade do contrato. “Já era para o governo brasileiro ter rompido as relações diplomáticas, comerciais e imposto sanções às subsidiárias israelenses em solo brasileiro”, destacou. “Ao utilizar recursos públicos, R$ 1 bilhão do Novo PAC, que estará indo direto para o financiamento da colonização da Palestina e do apartheid, o fará adquirindo armas usadas contra os palestinos durante o genocídio“, completou.

Os artefatos são utilizados pelo governo israelense para bombardear a Palestina, na ofensiva que já resultou, até o momento, mais de 40 mil mortos – entre eles, mais de 16 mil crianças –, 92 mil feridos e 11 mil desaparecidos.

Da Redação