Musk se recusa a apresentar representante legal do X no país e volta a fazer acusações contra Moraes

Brasil de Fato

Minutos após o fim do prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para indicação de representante legal no Brasil da rede social X (antigo Twitter), o empresário Elon Musk decidiu, mais uma vez, dobrar a aposta e se negou a cumprir a determinação.

Em postagem na página Global Government Affairs (ou “Assuntos Governamentais Globais”, em tradução livre) na noite desta quinta-feira (29), o X afirmou que espera que o ministro ordene o bloqueio da rede no país em breve “simplesmente porque não cumprimos suas ordens ilegais para censurar seus opositores políticos”.

Deixando claro que não mencionaria um novo representante, a mensagem prossegue com acusações sobre supostas ordens “ilegais” que teriam sido dadas por Moraes. O texto chega a dizer que o ministro exige que a rede viole leis do Brasil – sem deixar claro que leis seriam essas.

A nota, que não leva a assinatura de Musk, ataca ainda os demais ministros do STF ao dizer que “Os colegas do Ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal estão ou impossibilitados de ou não querem enfrentá-lo”.

Há, ainda, uma promessa de que “nos próximos dias” serão publicadas “todas as exigências ilegais do Ministro e todos os documentos judiciais relacionados, para fins de transparência”, além de defesas vazias da “liberdade de expressão”.

Rede seguia no ar

A mensagem postada pela conta de assuntos governamentais aconteceu horas depois de Elon Musk, em seu perfil pessoal, postar ofensas contra Alexandre de Moraes, o Supremo e o governo brasileiro.

Durante o dia, ele chegou a afirmar que o ministro era um “tirano”, e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era seu “cãozinho”.

O prazo dado pelo Supremo para que a rede social indicasse representante legal no país venceu pontualmente às 20h07 desta quinta-feira. Por volta das 20h45, porém, a rede seguia operando no país.

A ordem para indicação de novo representante aconteceu depois que, em 17 de agosto, Musk fechou escritórios e demitiu seus funcionários em território brasileiro alegando censura. Com fortuna estimada em US$ 250 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão), Musk costuma apoiar políticos de extrema direita, como Donald Trump nos EUA.

Recentemente vem crescendo a pressão para responsabilizar Musk por interferir na política de vários países. O sul-africano de cidadania estadunidense já sugeriu um golpe de Estado na Bolívia, foi acusado de interferir nas eleições presidenciais de 2024 na Venezuela e disse que uma guerra civil no Reino Unido seria inevitável.

Da Redação