Inspirado em ‘Metamorfose’, de Kafka, espetáculo premiado chega a Brasília neste fim de semana

Brasil de Fato

Brasília (DF) será palco, neste fim de semana, da turnê nacional do espetáculo “Metamorfose”, uma criação do artista multilinguagem Gustavo Silvestre em parceria com o diretor teatral João Bosco Amaral. As apresentações gratuitas acontecem neste sábado (31), às 20h, e no domingo (1º), às 19h, na sala Marco Antônio do Espaço Cultural Renato Russo. 

“O texto do Kafka é atemporal, mas o meu espetáculo, sendo a ressignificação da obra dele, é um espetáculo humano. Ele é visceral, mas é feito para que as pessoas se identifiquem”, contou ao Brasil de Fato DF Gustavo Silvestre, criador da peça inspirada no livro homônimo de Franz Kafka.

O espetáculo está em turnê pelo Brasil. Além de Brasília, a peça passará por Goiânia (GO), Palmas (TO), Belo Horizonte (MG) e Anápolis (GO). Em todos os teatros os ingressos são gratuitos e podem ser obtidos aqui. A classificação indicativa é de 12 anos. 

Segundo Silvestre, as expectativas para as apresentações são “as melhores”. “Nós já fizemos algumas turnês internacionais, ganhamos prêmios fora e, no ano passado, a gente também fez uma turnê nacional. Sempre teve uma boa recepção, no sentido de casas lotadas, as pessoas querendo assistir e, depois, querendo comentar”, comentou. 

O solo de dança de Gustavo Silvestre, que recebeu o prêmio de júri popular no Festival Imaginarius em Portugal e foi o único brasileiro convidado para o Buffer Fringe Festival no Chipre, também realizou uma circulação nacional em 2023 e, em 2024, já passou por cidades como Belém, Porangatu e Cidade de Goiás.

Imobilidades humanas e cotidiano opressor 

O espetáculo é inspirado na novela literária publicada por Franz Kafka em 1915, na Alemanha, transpondo para o palco uma história de angústia e tormento que ainda se reflete nas experiências cotidianas do século XXI.

“Essa transformação, de você não se reconhecer mais no seu corpo, como uma metáfora de como o personagem [da obra de Kafka] se sente em relação à própria condição da temporalidade, da família, às exigências do mundo daquela época, vem muito ao encontro do que a gente vive hoje”, descreveu o criador da peça. “Eu acho que esses dois mundos se cruzam nas necessidades humanas, em como a gente se enxerga no mundo e como é do humano esse anseio pela transformação, pela mudança.”

É na combinação entre teatro, dança e projeções audiovisuais que Gustavo Silvestre resgata as reflexões do texto original, mas de uma forma imersiva e contemporânea, que deseja provocar no público o reconhecimento das imobilidades físicas e mentais a que todos somos submetidos, em um cotidiano cada vez mais implacável e desumano. 

“Ressignificar o Kafka, hoje, é entrar em contato com as suas angústias mais internas e com a sua visceralidade, com a sua força motriz e a necessidade de mudar, de não se reconhecer mais naquele lugar e precisar passar por uma transformação. Mesmo que às vezes física, essa transformação também pode ser metafórica, por exemplo, a angústia de mudança de emprego, de relacionamento, de cidade”, conclui o artista.

No espetáculo cênico, a narrativa aborda a experiência de um ser que, ao acordar, não reconhece mais seu próprio corpo, perdendo mobilidade e comunicação, e precisando se reorganizar e se adaptar. O espetáculo explora a opressão das estruturas, arquétipos e símbolos de poder, e os confrontos com sonhos, desejos e medos.

Serviço

31/08 e 01/09 – Sábado – 20h / Domingo – 19h

Local: Espaço Cultural Renato Russo – Sala Marco Antônio – Brasília (DF)

Entradas: Livres – retire o ingresso aqui  

Duração: 40 minutos

Classificação: 12 anos

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Da Redação