Maduro vota na Venezuela e prega respeito ao resultado da eleição

Brasil de Fato

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, registrou nesta manhã seu voto na eleição presidencial do país, realizada neste domingo (28). Após votar, Maduro prometeu respeito ao resultado das urnas e cobrou de seus oposicionistas o mesmo comportamento.

“Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral e os boletins oficiais. Garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro a jornalistas.

Maduro também pediu que os outros nove candidatos declarem publicamente que vão respeitar e cumprir o desejo das urnas.

Ele ainda pregou a paz nas eleições. Disse que, como atual presidente da Venezuela, vai trabalhar pela pacificação e estabilidade do país.

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Eleição acirrada

Neste domingo, os venezuelanos vão às urnas sinalizar se apoiam o projeto da Revolução Bolivariana iniciado pelo ex-presidente Hugo Chávez, hoje representado por Maduro, ou se mudam a rota política do país para a direita.

Os venezuelanos poderão escolher entre 10 candidatos na urna. Maduro busca a reeleição para um terceiro mandato. Os outros nove candidatos são da oposição, sendo o principal deles o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, que tem a campanha liderada pela ex-deputada María Corina Machado.

 A ultraliberal está inabilitada pela Justiça por 15 anos por “inconsistência e ocultação” de ativos na declaração de bens que ela deveria ter apresentado à Controladoria-Geral da República (CGR) enquanto foi deputada na Assembleia Nacional (2011-2014).

Oito candidatos correm por fora e não organizaram marchas com protagonismo na campanha: Antonio Ecarri, Luis Eduardo Martínez, José Brito, Daniel Ceballos, Javier Bertucci, Benjamín Rausseo, Claudio Fermín e Enrique Márquez.

Como funciona o sistema eleitoral na Venezuela

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou em maio que 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no dia 28 de julho. Cerca de 69 mil deles estão fora do país.

A eleição para presidente na Venezuela tem apenas um turno. Ganha quem tiver o maior número de votos. O mandato para o presidente é de seis anos. No país, não há limite de reeleição presidencial. O atual chefe do Executivo é Nicolás Maduro, que concorre à reeleição para o 3º mandato. Antes dele, Hugo Chávez também foi eleito três vezes, mas morreu logo no início de sua 3ª gestão, em 2013.

Para votar, é preciso ter ao menos 18 anos, e o voto não é obrigatório no país. Assim como o Brasil, a Venezuela também usa a urna eletrônica, mas a diferença é que no sistema venezuelano o voto também é impresso. O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano contratou uma empresa em 2004 que desenvolveu e implementou mais de 500 mil máquinas e treinou 380 mil profissionais para operará-las.

O procedimento é simples. Os centros de votação são em escolas públicas. O eleitor entra na sala de votação, valida sua biometria e registra o voto na urna eletrônica. Ele recebe o comprovante impresso do voto, confere se está correto e o deposita em uma outra urna, onde ficam armazenados os votos em papel. Quando a votação é encerrada, o chefe da seção imprime o boletim de urna e faz a contagem dos votos impressos para conferir se estão de acordo.

Para estas eleições, estão presentes como observadores internacionais diversas entidades de distintos países, como delegações da ONU, do Centro Carter, dos Estados Unidos e da União Africana.

Pesquisas sem rigor

Os eleitores não têm um termômetro que ajude a saber que candidato tem mais chance de ganhar. Com resultados muito diferentes, especialistas entendem ser possível até um empate técnico neste momento, analisando as pesquisas eleitorais.

Os números não parecem confiáveis. Alguns institutos colocam Edmundo González Urrutia com até 30 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Nicolás Maduro. Já outras, indicam vitória do candidato à reeleição com a mesma folga de 30 pontos percentuais sobre o candidato da Plataforma Unitária. São os casos das pesquisas conduzidas pela Delphos e pela Hinterlaces.

E as duas organizações são ainda as mais transparentes em relação à metodologia, tendo divulgado quantas pessoas entrevistaram. A Hinterlaces está mais ligada ao governo e mostra o recorte de idade e de classes sociais da amostragem. Já a Delphos indica a idade mínima das entrevistas (18 anos) e afirma que todas as pessoas que responderam estão registradas no Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE).

Da Redação