Kamala Harris garante indicação do Partido Democrata para concorrer à presidência dos EUA

Brasil de Fato

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, garantiu a indicação dos democratas nesta sexta-feira (2) para concorrer à Presidência nas eleições de novembro, confirmando sua notável ascensão como a representante do partido para enfrentar o republicano Donald Trump. Ela será oficialmente nomeada em uma convenção em Chicago ainda este mês.

“É uma honra ser a candidata presumida do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos”, disse Harris, de 59 anos. A vice-presidente assumiu o controle total do partido desde que Joe Biden retirou sua candidatura à reeleição há duas semanas e foi a candidata única na cédula durante votação eletrônica de cinco dias com quase 4 mil delegados da convenção do partido.

Nenhum outro democrata se apresentou para desafiar a ascensão de Harris ao posto de candidata presidencial, tornando sua confirmação como primeira mulher negra e sul-asiática a assegurar a nomeação de um grande partido apenas uma formalidade.

O Partido Democrata optou por um processo de nomeação virtual, espelhando a votação afetada pela pandemia de 2020, devido ao prazo de 7 de agosto de Ohio para os principais partidos apresentarem os nomes de seus candidatos certificados para a eleição de novembro. A votação virtual marca o início oficial da convenção de 2024, embora na prática as festividades realmente comecem quando milhares de fiéis do partido chegarem a Chicago em 19 de agosto.

Campanha

Kamala Harris se prepara para iniciar a campanha na próxima semana, quando visitará sete estados cruciais ao lado de seu companheiro de chapa — cujo nome é esperado para ser revelado nos próximos dias.

Ela fará sua primeira aparição pública com seu companheiro de chapa na terça-feira, na Filadélfia, Pensilvânia — um estado crucial, cujo governador democrata, Josh Shapiro, está entre os cotados para ser vice-presidente.

A vice-presidente vai passar por todos os estados da “muralha azul” – Michigan, Pensilvânia e Wisconsin – onde tentará reconstruir a coalizão que levou Biden à vitória em 2020 e estenderá a visita aos estados do “Cinturão do Sol”, muito mais diversos racialmente, e aos estados do sul como Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada, onde tentará consolidar o voto da população negra e de latinos que estavam se afastando dos democratas.

Trump questiona identidade racial de Kamala Harris

Na quarta-feira (31), o candidato republicano, Donald Trump, questionou a identidade racial de Harris.

“Ela sempre foi de origem indiana, só promovia a herança indiana. Eu não sabia que ela era negra até alguns anos atrás, quando por acaso ela se tornou negra, e agora quer ser conhecida como negra” disse durante entrevista a profissionais negros na Convenção Anual da Associação Nacional de Jornalistas Negros dos Estados Unidos (NABJ, da sigla em inglês), em Chicago.

A candidatura de Trump à Casa Branca sofreu uma reviravolta em 21 de julho, quando Biden, 81 anos, retirou sua candidatura, apoiando Harris como a candidata democrata.

A vice-presidente já bateu recordes de arrecadação de fundos, lotou arenas e acabou com a vantagem de Trump sobre Biden nas pesquisas, criando um momento favorável que ela espera poder manter até a convenção e além, rumo à Casa Branca.

*Com AFP