China lidera quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos pela sexta vez consecutiva; entenda sucesso do país
Brasil de Fato
A China conquistou, pela sexta vez consecutiva, a liderança do quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos. Em Paris, com apenas mais uma medalha em disputa na manha deste domingo (8), o país somava 94 medalhas de ouro, 75 de prata e 50 de bronze, totalizando 219 pódios. A Grã Bretanha, segunda colocada, aparecia com 49 ouros, 44 pratas e 31 bronzes, 124 no total.
O sucesso do chinês no desporto paralímpico é multifatorial. Um dos motivos tem a ver com as políticas de erradicação da extrema pobreza e de combate à desigualdade. Como parte dos esforços para a eliminação da extrema pobreza, a atenção às pessoas com deficiência têm aumentado nos últimos anos na China. O 14° Plano Quinquenal, que vai de 2021 a 2025, contém várias seções dedicadas à proteção e reabilitação de pessoas com deficiência. O texto inclui ainda melhorias no acesso à seguridade social, emprego e serviços básicos.
Na China, existem mais de 85 milhões de pessoas com deficiência. Durante o período do Plano Quinquenal anterior (2016-2020), 7,1 milhões de pessoas nesta condição, que viviam em áreas rurais, foram retiradas da extrema pobreza. Além disso, quase 2 milhões foram empregadas em áreas urbanas e rurais, segundo dados do Conselho de Estado.
A recente terceira plenária do Vigésimo Comitê Central do Partido Comunista da China também enfatizou a necessidade de desenvolvimento dessas políticas.
A resolução da terceira plenária – cujos objetivos devem ser cumpridos até 2029 – afirma que melhores serviços serão prestados a idosos com dificuldades especiais, “incluindo aqueles que vivem sozinhos, têm deficiências ou sofrem de deficiência física”, e que será acelerada “a introdução de esquemas de seguro para cuidados de longo prazo” para essas populações.
A promoção da atividade física entre pessoas com deficiência
Além da melhoria no acesso a serviços, o chamado 14° Plano Quinquenal para a Proteção e Desenvolvimento das Pessoas com Deficiência também prevê as atividades físicas e a participação em esportes delas no país.
O plano afirma que devem ser promovidos os serviços esportivos de reabilitação e condicionamento físico para pessoas com deficiência, além de fortalecer a pesquisa sobre os esportes para elas.
A meta é a incorporação dos esportes de massa para pessoas com deficiência na estratégia de desenvolvimento nacional.
Os eventos esportivos internacionais ou regionais têm sido exemplo de incentivo para engajar a população em disciplinas relacionadas ao esporte. Os Jogos Paralímpicos Asiáticos, realizados em 2023 em Hangzhou, por exemplo, serviram como impulso para a organização de atividades esportivas para pessoas com deficiência em comunidades dessa cidade chinesa. Cerca de 100 mil pessoas participaram.
Outro exemplo foi o da organização da cidade de Chengdu, em 2022, de um evento de basquete das Olimpíadas Especiais, com doze equipes de toda a China.
A professora da Universidade Normal de Fujian, Wu Yandan, explica que os treinamentos também visam a melhorar as condições de vida em geral das pessoas. “Os quatro módulos de movimento de atividade motora incluem bater, chutar, agilidade e movimento. Combinados com os movimentos da vida diária, eles ajudam a melhorar a capacidade de cuidar de si mesmo no futuro”, diz.
As Paralimpíadas de Inverno são outro exemplo de como a China toma os eventos esportivos para impulsionar o desenvolvimento de capacidades.
Em 2015, a capital do país, Beijing, foi selecionada para organizar as Olimpíadas e Paralimpíadas de Inverno pela primeira vez na história. A China passou de um país que nunca havia conquistado uma medalha nas Paralimpíadas de Inverno para a primeira posição no quadro de medalhas naquela edição.
*com informações da CGTN