Refinaria privatizada vende gás 72% mais caro do que a Petrobras
É a maior diferença desde a privatização
A Refinaria da Amazônia (Ream), em Manaus (AM), está vendendo o botijão por R$ 54, enquanto nas unidades da Petrobras o preço é de R$ 31. A diferença atual, segundo o Observatório Social do Petróleo, é a maior desde a privatização.
Entre julho e outubro, o preço da Ream ultrapassou em 44% o da Petrobras, registrando diferença recorde. Em 19 de outubro, a refinaria aumentou o preço em 19%, ampliando ainda mais a margem. Dados mostram que a Ream foi responsável por 24% da oferta de GLP no Norte do país em 2023, enquanto a Petrobras representou 75,8%.
Comparativamente, o botijão da Ream é em média R$ 13,34 (32,5%) mais caro que o das refinarias privadas, como a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que vende por R$ 39,14, e a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, que vende por R$ 43.
Para o economista Eric Gil Dantas, a privatização da Ream foi a mais trágica para a população local, uma vez que os produtos vendidos pela refinaria são mais caros que os da concorrência e do Preço de Paridade de Importação (PPI). Ele ressalta que antes da privatização os preços eram inferiores aos das outras unidades da Petrobras e questiona a justificativa para a diferença de 72% no preço do GLP.