Kamala ataca Trump por supostos elogios a Hitler: ‘Cada vez mais desequilibrado’
Brasil de Fato
A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse, nesta quarta-feira (23), que Donald Trump está “cada vez mais desequilibrado”. A vice presidente também acusou seu rival no pleito de 5 de novembro de buscar um “poder sem controle”, após supostos elogios que o republicano teria feito a Adolf Hitler há alguns anos, segundo seu ex-chefe de gabinete, John Kelly, em declarações aos jornais The Atlantic e New York Times.
Segundo Kelly, o magnata comentou mais de uma vez que o ditador nazista “também fez algumas coisas boas”. Ex-general dos fuzileiros navais, Kelly confirmou na terça-feira que Trump se encaixa na definição de fascista. “Certamente o ex-presidente está na área da extrema direita, é claro que é um autoritário, admira pessoas que são ditadores, ele mesmo já disse isso. Portanto, sem dúvida, se encaixa na definição geral de fascista, com certeza”, declarou.
Antes de partir rumo à Pensilvânia para um ato de campanha, Harris classificou como “profundamente preocupante” e “incrivelmente perigoso” que Donald Trump invoque Adolf Hitler, “o homem que foi responsável pela morte de seis milhões de judeus e de centenas de milhares de americanos”, afirmou do lado de fora de sua residência em Washington.
“Trump está cada vez mais desequilibrado e instável, e em um segundo mandato, pessoas como John Kelly não estariam lá para serem as garantias contra suas propensões e ações”, ressaltou.
Kamala disse que Trump “queria generais como os que Adolf Hitler tinha”.”Donald Trump disse isso porque não quer um exército que seja leal à Constituição dos Estados Unidos”, considerou ela. “Ele quer um exército que seja leal a ele”.
“Isso é mais uma prova para o povo americano de quem realmente é Donald Trump. Portanto, a conclusão é que sabemos o que Donald Trump quer: um poder sem controle”, opinou Harris.
A equipe de campanha de Trump, por sua vez, tratou de contra-atacar: Kamala “está cada vez mais desesperada, cambaleante, e sua campanha está em ruínas. Por isso, ela continua espalhando mentiras e falsidades descaradas que são fáceis de refutar”, disse o porta-voz Steven Cheung em um comunicado.
Mas a Casa Branca se manteve firme em seu apoio a Kelly e Kamala. Quando questionada se o presidente dos EUA, Joe Biden, concorda com a avaliação de Kelly de que Trump é um fascista, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, foi clara.”Concordamos com essa constatação? Sim, concordamos”, respondeu.
Discurso anti-imigrante
Outras declarações do republicano sobre a migração ilegal já lhe renderam comparações com Hitler. Os imigrantes “envenenam o sangue do país”, repetiu várias vezes nos últimos meses. Além disso, usou os termos “inimigo interno” e “vermes”.
A propaganda nazista referia-se aos judeus como “vermes”, entre outros adjetivos degradantes. Cerca de 23,5 milhões de cidadãos estadunidenses já votaram antecipadamente por correio ou presencialmente nas eleições presidenciais, que estão bastante acirradas e demonstram um empate técnico.
Os candidatos elevam o tom a apenas 13 dias para as eleições, nas quais aparecem empatados nas pesquisas.
O ex-presidente promete reprimir os imigrantes em situação irregular e ativar uma lei de inimigos estrangeiros de 1798 para deportá-los. Se voltarem, serão condenados a 10 anos de prisão, e à pena de morte se tiverem matado um americano ou policial, repete em seus comícios.
Kamala Harris questiona a aptidão mental e física de Trump para o cargo de presidente e tenta atrair eleitores republicanos moderados. Enquanto isso, Trump, em campanha na Geórgia, afirma que Kamala “não tem a inteligência nem a força” para liderar os Estados Unidos.
*Com AFP